quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ferrovia Norte-Sul


Dilma destaca elogios de Lula a Sarney
Por Patricia Castello Branco

"...O que importa é que a incompreensão foi superada e a Norte-Sul, hoje, felizmente, é unânime."

Sarney

Quarta-feira, dia 07, na Comissão de Infra-Estrutura no Senado Federal, a Ministra Dilma Rousseff lembrou que o presidente Lula, em maio de 2007, no Tocantins, fizera uma autocrítica com relação à importância da construção da Ferrovia Norte-Sul. Na época, Lula havia se mostrado arrependido por ter, quando era deputado, criticado o projeto. E, segundo ela, pediu desculpas para seu aliado, o senador José Sarney, fazendo questão de elogiá-lo pela sua "visão estadista". Dilma se referiu ao fato de que Lula teria dito, no Tocantins: "Agora entendo a importância da ferrovia e vou lutar pela sua construção." A mea culpa de Lula realmente tem a sua razão de ser. No governo de Sarney, a ferrovia foi muito criticada e estigmatizada. Foi classificada como um projeto que "ligava nada a coisa nenhuma". Hoje, comentando as observações de Dilma, o ex-presidente José Sarney disse: "Sim. Enfrentei inúmeras críticas. Mas, atualmente, elas são recompensadas pelo reconhecimento da importância da obra para o País. O que importa é que a incompreensão foi superada e a Norte-Sul, hoje, felizmente, é unânime". O comentário da ministra Dilma traz à tona uma história de superação de resistências a um projeto inquestionavelmente importante para o desenvolvimento do Brasil. E mostra que a classe política está, hoje, suficientemente amadurecida para enfrentar o debate sobre a importância do transporte multimodal e a necessária integração regional. A Ferrovia Norte-Sul, projetada em 1987 pelo presidente José Sarney, desde o início teve como objetivo promover a integração nacional, minimizando custos de transporte de longa distância e interligando as regiões Norte e Nordeste às Sul e Sudeste. O objetivo sempre foi o de atingir cerca de 1,5 mil quilômetros de extensão, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com as obras do PAC, presididas pela ministra Dilma, a conclusão do empreendimento é hoje prevista para o primeiro semestre de 2010, quando a ferrovia deverá contar com 13 pátios para carga e descarga, armazenagem e movimentação de mercadorias. Concluídas as obras, as regiões envolvidas terão suas economias impulsionadas. Haverá o crescimento do número de empregos, gerando renda e impostos para as regiões. As novas frentes de trabalho se ampliarão e haverá aumento da renda interna. A valorização de propriedades nas regiões e o incremento do agro-negócio serão fatores determinantes para o crescimento econômico, principalmente no corredor da Ferrovia Norte-Sul / Estrada de Ferro de Carajás (EFC) / Terminal Marítimo de São Luís, que vai saltar de 1,7 milhões de toneladas para 8,8 milhões em 2013. Empresas, como a Renova Biocombustíveis e a Bioex Etanol, ao utilizarem o pátio multimodal, crescerão, o que permitirá a melhoria da distribuição da riqueza nacional. Haverá uma abertura comercial e a articulação de diferentes ramos de negócios, diminuindo desequilíbrios econômicos entre regiões e pessoas. “A Vale, o Porto de Itaqui e a Usina da Boa Esperança, hoje realidades importantes, serão integradas com a Norte-Sul, o que permitirá uma grande integração nacional", concluiu Sarney.

Preocupação com os transportes é antiga

Sarney criou as bases da infra-estrutura de transporte e de energia no Maranhão na década de 60. Quando governador, fez uma verdadeira revolução no estado. Os investimentos aumentaram 2.000% com a inauguração da ponte de São Francisco, construção da usina hidrelétrica de Boa Esperança, do Porto de Itaqui, da barragem do rio Bacanga dentre outras iniciativas. Sarney recebia diariamente, em audiências, inúmeras pessoas de diversos setores da população e provocou, segundo Veja (11/3/70), uma revolução chamada de "milagre maranhense".

Um comentário:

  1. ”Alternativa tecnicamente melhor para Tocantins, Goiás, Minas e São Paulo de expansão e trajeto da ferrovia Norte Sul”
    Proposta de extensão do trajeto para linha ferroviária Norte Sul, que além de mais vantajosa com relação à proposta original, que está planejada para passar pelos extremos oeste mineiro, Limeira do Oeste e Iturama, e paulista em Santa Fé do Sul e Fernandópolis em locais de baixas demandas e fluxo de cargas, além de um custo e tempo muito maior para a implantação e operação a se somar aos vários anos paralisadas, ela é extremamente benéfica, econômica, de mais rápida utilização e tecnicamente mais conveniente principalmente para uma região importantíssima em Minas, o Triângulo Mineiro, que de sua divisa com Goiás no município de Itumbiara como Monte Alegre de Minas, Prata e Frutal, até adentrar ao centro norte de São Paulo na cidade de Colômbia, se irá restaurar, reaproveitar e revitalizar praticamente 100% das malhas paulistas e mineiras existentes rumo ao interior que hoje se encontram ociosas ou subutilizadas, além do fato de terminar exatamente no mesmo local, o município de Panorama, podendo eventualmente ser utilizada para os futuros trens regionais de passageiros entre São Paulo e Brasília, algo que se torna inviabilizado se for mantida a atual proposta original política, ou ainda por Araguari, Uberlândia, Uberaba, Ribeirão Preto, Campinas, Jundiaí e São Paulo atualmente servidas por uma ferrovia particular, que poderá ser revigorada, uma vez que hoje funciona de forma precária a F C A antiga Mogiana que recentemente devolveu centenas de km de linhas e utiliza a bitola métrica e poderá instalar a mista e que finalmente poderá ter sua ligação consistente com São Paulo rumo ao porto, que é logisticamente mais conveniente, evitando que haja um trajeto inútil “passeio” pelo interior, e mais centenas de km de ferrovias paulistas tenham o mesmo destino das devolvidas pela FCA, ou seja o sucateamento.
    O texto complementar completo referente ao estado de SP pode ser visto em “Abrir os gargalos” na Revista Ferroviária, ou em São Paulo TREM jeito, onde consta um mapa ilustrativo.
    “Como conseguir 700 km de ferrovias a custo mínimo” de Paulo Roberto Filomeno

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