segunda-feira, 26 de maio de 2014

Collor acusa revista de voltar a fazer acusações infundadas


O senador Fernando Collor (PTB-AL) acusou a revista Veja de, após ser condenada a lhe pagar uma indenização de R$ 1,4 milhão (valor corrigido) por calúnia, injúria e difamação, tentar mais uma vez atingi-lo. Collor se referiu à matéria em que a revista informa que ele teria recebido depósitos bancários do doleiro Alberto Yousseff, envolvido na operação Lava Jato da Polícia Federal, que investigou um esquema de evasão de divisas com volume estimado em cerca de R$ 10 bilhões. No entanto, segundo o senador, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, já informou ao Supremo Tribunal Federal que o senador não está envolvido em nenhuma das oito ações penais decorrentes das investigações realizadas.
Para o parlamentar, desde a primeira reportagem, ficou clara a tentativa de vincular seu nome à operação da Polícia Federal.
— Como sempre, levantaram suspeitas, camuflaram informações, emitiram insinuações e, pior, fizeram acusações — lamentou.
Fernando Collor ressaltou que, em abril deste ano, já após a condenação pela Justiça, a revista publicou matéria em que denunciava o depósito de um cheque de R$ 8 mil na conta bancária de Collor, que seria produto de um "suposto e mirabolante esquema de origem e intermediação". Ele observou que nem a própria revista soube explicar a própria denúncia.
Agora, acrescentou Collor, a Veja retoma o fato, apontando outros depósitos bancários. O parlamentar lembrou que as denúncias se seguem à sua absolvição pelo STF em relação a acusações de peculato, corrupção e falsidade ideológica no período em que foi presidente da República.
Ele também questionou o motivo de, em abril, a revista informar apenas um depósito.
— Por que divulgaram, àquela altura, tão somente a informação de um único depósito se todos os comprovantes foram certamente encontrados juntos? Como pode, em uma história de suposto interesse jornalístico, reportar o fato de forma incompleta? Qual foi, afinal, a intenção de omitir as demais informações que, agora, eles mesmos apresentam? Convenhamos, que é inimaginável que uma fonte jornalística não prestasse por completo tal informação — argumentou.
Outro questionamento diz respeito à mudança de postura da revista sobre a informação de que o repasse teria sido feito por um banco clandestino e por intermédio de um ex-diretor da Petrobras, o que não foi confirmado posteriormente.
Fernando Collor cobrou a identificação do responsável pelo vazamento, em abril, da primeira informação acerca do depósito de R$ 8 mil que levou a Veja a publicar a matéria, se somente no dia 22 de maio, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, informou oficialmente sobre os depósitos ao ministro do STF Teori Zavascki.
— O acesso à informação se deu dentro da lei? E, novamente, por que o seletivo vazamento se deu parcialmente, de forma incompleta? A quem interessava vazar e, mais ainda, reter outras informações? — perguntou.
Fernando Collor afirmou que a revista está errada e disse que vai pedir à Polícia Federal e à Justiça acesso ao conteúdo das investigações para poder se pronunciar melhor sobre o assunto.
— O fato é que tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido tempo, e no seu devido lugar. Por isso, estou providenciando uma consulta oficiai à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, no sentido de ter acesso aos documentos e a todas as informações que me dizem respeito, a começar pela exata descrição de como, por quem e em que condições foram achados e vazados os ditos comprovantes.
Ao encerrar seu pronunciamento, Fernando Collor enfatizou que não conhece o doleiro Alberto Youssef e jamais manteve qualquer relacionamento de ordem pessoal ou política com ele. Afirmou o mesmo em relação a Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e acrescentou que conhece Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos quando exerceu a Presidência da República, mantendo relação de amizade e respeito com ele e a família, há mais de 30 anos.
m abril deste ano, após a condenação daVejapela Justiça na ação que movi, ela veio com a denúncia do depósito de um cheque de R$8 mil em minha conta, produto de um suposto e mirabolante esquema de origem e intermediação que, diga-se, nem ela própria soube entender e menos ainda explicar ao seu próprio leitor.
Agora, em maio, depois de minha completa e irreversível absolvição pelo Supremo Tribunal Federal, os meios em geral, e particularmente aVeja, inconformados, desiludidos e sem querer aceitar a realidade da história que precisa ser recontada e reescrita, retornam àquele fato, desta feita apontando montante ainda maior em vários depósitos bancários.
Primeiro: na edição de abril, a revista traz a informação de apenas um depósito no valor de R$8 mil. Ora, quem teve acesso à informação do referido comprovante certamente também teve acesso ao restante dos depósitos agora alegados. O que se questiona é: por que divulgaram, àquela altura, tão somente a informação de um único depósito se todos os comprovantes foram certamente encontrados juntos? Como pode, em uma história de suposto interesse jornalístico, reportar o fato de forma incompleta? Qual foi, afinal, a intenção de omitir as demais informações que, agora, eles mesmos apresentam? Convenhamos, Sr. Presidente, que é inimaginável que uma fonte jornalística não prestasse por completo tal informação.
É óbvio que a opção de reter parte daquilo a que se teve acesso foi da própria revista. E aqui cabe perguntar: por quê? Por quê? Qual o motivo de informar determinados fatos aos poucos ou por partes? Qual o motivo? A resposta fica à reflexão e ao critério da consciência de cada um.
Segundo: por que, na primeira reportagem, a da edição de abril, a revista alegou que se tratava de repasse feito por um banco – expressão usada pela revista – clandestino – banco clandestino! – e por intermédio de um ex-diretor da Petrobras, sendo que, agora, não confirma nada disso e nem sequer justifica ou faz referência àquelas intermediações? Era uma elucubração, uma mera invenção ou uma irresponsável e tendenciosa dedução? Ou será que agora há uma nova versão que procura, novamente, omitir? Por que a mudança de postura, de argumentação? A resposta, do mesmo modo, fica à reflexão e ao critério da consciência de cada um.
Terceiro: se somente agora, dia 22 de maio, o Juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Dr. Sergio Fernando Moro, informou oficialmente sobre os depósitos ao Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dr. Teori Zavascki, pergunto: a quem coube, então, o vazamento, em abril, da primeira informação acerca do depósito de R$8 mil que levou aVejaa publicar aquela matéria? O acesso à informação se deu dentro da lei? E, novamente, por que o seletivo vazamento se deu parcialmente, de forma incompleta? A quem interessava vazar e, mais ainda, reter outras informações? Novamente, a resposta fica à reflexão e ao critério da consciência de cada um.
Quarto: desde a primeira reportagem daVeja, ficou clara a intenção da tentativa de vincular meu nome à chamada operação Lava Jato da Polícia Federal. É isso que eles querem, é isso que eles estão loucos para que se comprove e vão novamente levar uma tunda para se arrepender o resto da vida. Como sempre, levantaram suspeitas, camuflaram informações, emitiram insinuações e, pior, fizeram acusações.


Agência Senado

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