terça-feira, 10 de novembro de 2009

Peres prega a Paz e elogia Sarney

"O tamanho grande do Brasil e pequeno de Israel são complementares", diz Shimon Peres

O presidente de Israel, Shimon Peres, conclamou da Tribuna do Congresso Nacional, em Brasília, os líderes da Palestina, Mahmoud Abbas, e da Síria, Bashar-al-Assed, a trabalharem pela paz no Oriente Médio. "Vamos entrar em uma negociação direta e imediata... Vamos viver como bons vizinhos", convidou, citando os nomes dos presidentes. Peres disse que seu país aceita fazer concessões difíceis e dolorosas em prol da paz entre judeus e árabes, e reconheceu o direito dos palestinos a um território nacional. Mas destacou que não pode ignorar governos que querem dizimar o seu país e ressalvou, "a religião islâmica não é nossa inimiga, e nem o povo árabe". Em um discurso generoso e pacifista, que começou agradecendo ao Brasil por abrir as portas para as vítimas do Holocausto e apoiar a criação do Estado de Israel, Peres destacou a amizade de longa data com o presidente Sarney e elogiou sua obra literária. Também não se esqueceu de citar Jorge Amado, o futebol, o carnaval e a presença do brasileiro Oswaldo Aranha no comando da sessão da ONU, que definiu o nascimento de Israel. A paz foi, no entanto, o principal tema do discurso do presidente de Israel, que faz uma visita de cinco dias ao Brasil. "Sempre achamos que a busca pela paz é mais importante que a conquista de território". Ele falou também de dificuldades. "Temos pouca terra, não temos água, petróleo e nem ouro", lastimou. Para superar tais limitações, disse que somente com o trabalho qualitativo é que o seu país consegue compensar o déficit quantitativo. "Israel tem mais cientistas por metro quadrado do que qualquer lugar do mundo. Passamos da agricultura clássica para a agricultura high-tech, que aumenta as colheitas e que diminui as terras cultivadas". Shimon Peres elencou também as principais preocupações de seu governo, entre elas as pesquisas para a produção de energias renováveis, o setor da biotecnologia, a indústria espacial, a preservação do meio ambiente e, por último e não menos importante, a defesa contra o terrorismo."Eu vim a esse país aprender com vocês, que sabem dançar e cantar. Eu vim aqui aprender a conviver", disse o presidente de Israel e, em referência aos Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez, disse que veio também ao Brasil para consolidar 100 anos de amizade. "Vim para ver como Lula realiza sua Bolsa Família, sua luta contra a pobreza e pela educação. Sim, por que a luta pela educação é a luta contra a cegueira.


Sarney define Shimon Perez como construtor da paz

Na sessão solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o presidente de Israel, José Sarney ressalta que a personalidade humanista de um lutador pela paz entre judeus e árabes de Shimon Peres supera o homem de partido e a sua importância como intelectual, escritor, político e estadista. O presidente do Senado disse que o prêmio Nobel da Paz, recebido por Shimon Peres em 1994, representou mais uma passagem de uma vida inteira consagrada à construção de um Estado moderno e dinâmico, em que seja possível a paz. E também lembrou que ao ocupar o Ministério das Relações Exteriores de seu país, em 1992, Perez iniciou secretamente as negociações com a Organização para a Libertação da Palestina — que resultaram no acordo de Oslo, marco das negociações com a Palestina sobre os territórios ocupados --, ressaltando ainda o papel de Shimon Peres nas negociações para o estabelecimento da paz com a Jordânia.

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