A Polícia Federal em Macapá (AP) informou nesta segunda-feira que desmantelou uma quadrilha que fraudava a aplicação de recursos da Fundação Nacional do Índio (Funasa), destinados a ONG´s indígenas. Três pessoas foram presas preventivamente, sendo dois empresários e um funcionário da Fundação dos Povos Indígenas do Tumucumaque - APITU, uma ONG que recebia verba da Funasa. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Macapá. Dois dos suspeitos atuavam em Brasília e foram presos em Salvador (BA) no último sábado. O gestor do convênio foi preso dia 7 em Macapá. A ação foi realizada após dois anos de investigação com o auxílio da Controladoria Geral da União (CGU). Segundo a PF, os recursos financeiros da Funasa, advindos de convênio com a União, eram destinados à compra de medicamentos, atendimento médico, pagamento dos salários dos agentes indígenas de saúde, serviço de transporte dos doentes e para obras de saneamento e tratamento de água nas aldeias. Em dois anos, entre 2006 e 2008, foram mais de R$ 6 milhões desviados. As investigações mostraram que há indícios de simulação na utilização da verba. O gestor do convênio recebia a verba para ser aplicada nos serviços das aldeias, atestava que os serviços estavam sendo executados, mas nenhuma obra era realizada no período. A polícia verificou que mais de 20 índios faleceram neste período. Os agentes constataram também a falta de medicamentos vitais, tais como soro antiofídico. O serviço de assistência à saúde indígena foi encontrado em total abandono. Não suportando mais a ausência de pagamento, os agentes de saúde indígenas paralisaram suas atividades.
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