A Campanha da Fraternidade deste ano e as entidades que a promovem - a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) - foram homenageadas em Plenário nesta segunda-feira (8). Durante a sessão, os senadores Marconi Perillo (PSDB-GO), Marco Maciel (DEM-PE), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Cícero Lucena (PSDB-PB) elogiaram a campanha, que apresenta em 2010 o tema "Economia e Vida" e o lema "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro". Ao abrir a cerimônia, o autor da solicitação de homenagem, senador Marconi Perillo, declarou que a CNBB "tem priorizado, ao longo das últimas décadas, temas sociais de extraordinária relevância, principalmente aqueles relacionados à exclusão social e às discrepâncias regionais". Marco Maciel, em seguida, fez comentário semelhante, ressaltando que "a Igreja Católica tem se esmerado em tratar de assuntos considerados relevantes para a vida social de nosso país". Sobre o lema e o tema da campanha, Perillo disse que, "de fato, é necessário refletir sobre a acumulação das riquezas materiais, sobretudo quando se considera o descompasso entre o desenvolvimento e os recursos das diversas partes do globo". Ele também observou que o Brasil, "apesar de ser considerado a oitava economia do mundo, é quase a octagésima pior em termos de distribuição de renda". Já Marco Maciel lembrou a afirmação do arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, de que a recente crise financeira mundial comprova que a atividade econômica "sem critérios éticos ou com critérios equivocados não tem bases sólidas, tendo como conseqüências a pobreza e o sofrimento de pessoas, grupos e nações".
"Multiplicação e distribuição"
Para Acir Gurgacz (PDT-RO), a campanha deste ano trata da "necessidade da sociedade global de encontrar um novo modelo econômico, no qual o bem da maioria se sobreponha ao bem daqueles que atendem somente ao dinheiro". Tal modelo, segundo ele, "precisa ter como finalidade não a divisão do que já existe, mas sim a multiplicação e a distribuição".
- Para atingir esse objetivo, é preciso ter em mente a harmonia entre o bem comum e o bem particular - argumentou o senador por Rondônia.
Cícero Lucena (PSDB-PB), por sua vez, defendeu "a construção de uma economia para a vida no Brasil". Como exemplo, ele citou o projeto "Economia de Comunhão", lançado pela italiana Chiara Lubich, fundadora do movimento católico dos Focolares, em 1991. Segundo o parlamentar, essa iniciativa envolve de forma solidária "empresários, trabalhadores, consumidores, estudiosos e outros operadores econômicos em um projeto de sociedade no qual não existam necessitados". Outro aspecto da campanha deste ano enfatizado pelos senadores foi seu caráter "ecumênico" - participam dela diversas igrejas cristãs. Para Marconi Perillo, isso permite "romper barreiras e fronteiras entre as diversas religiões, visando mostrar que o diálogo entre as diferentes denominações cristãs é possível". Ao final, o senador por Goiás fez uma homenagem às brasileiras, em virtude da comemoração, nesta segunda-feira, do Dia Internacional da Mulher. Também participaram da cerimônia o bispo primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e Diocesano da Diocese Anglicana de Brasília, Maurício José Araújo de Andrade; o presidente do Conic, pastor sinodal Carlos Augusto Möller; o padre Nelito Dornelas, representante da CNBB; o secretário-executivo do Conic, Luiz Alberto Barbosa; a Coordenadora da Ação Ecumênica de Mulheres, Mariana Kirst; e a procuradora do Ministério Público da União e do Distrito Federal Maria de Lourdes Abreu.
Agência Senado
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