quarta-feira, 17 de março de 2010

Deputados cobram medidas em Brasília em defesa de brasileiros na Guiana Francesa

Prisão ocorrida em frente à localidade de Clevelândia do Norte causou revolta nos catraieiros e canoeiros da região do Oiapoque

O deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT) e o deputado estadual Paulo José (PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Legislativa percorreram ontem alguns órgão em Brasília, como o Comando do Exército e as comissões de Direitos Humanos e de Relações Exteriores do Congresso para denunciar situação dos brasileiros presos na Guiana Francesa. Cerca de 30 brasileiros foram abordados na última quarta-feira (10), pela polícia francesa, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Eles vinham da Vila Brasil e seguiam para Oiapoque quando foram presos, acusados de contrabando de ouro.A prisão ocorrida em frente à localidade de Clevelândia do Norte causou revolta nos catraieiros e canoeiros da região do Oiapoque, que decidiram reagir e cercaram os barcos-patrulha franceses usando suas embarcações até que fossem liberados os presos. Na ação, cinco brasileiros fugiram, enquanto 10 permaneceram sob custódia.As prisões teriam ocorrido de forma ilegal, em águas brasileiras. A reação é inédita e pode provocar um recrudescimento da violência entre garimpeiros brasileiros e a polícia francesa (gendarmes). O fato deixou ainda mais tenso o clima na fronteira. Segundo relatos de moradores do Oiapoque a reação aconteceu em resposta as constantes arbitrariedades e a violência contra brasileiros. Em outubro de 2006, a polícia francesa apreendeu e destruiu mais de 20 embarcações que estavam ancoradas do lado francês da divisa.“Peço apoio do Itamaraty e do Exército brasileiro para que possam interferir na liberação desses brasileiros”, defendeu Bala Rocha durante discurso no Plenário da Câmara. Para o parlamentar, um acordo assinado entre Brasil e França, que autoriza o confisco e a destruição de bens apreendidos, como riquezas naturais provenientes do garimpo, é a causa dos conflitos. Comerciantes e garimpeiros afirmam que o Exercito Brasileiro também estaria cometendo todo tido de arbitrariedade na região contra os próprios brasileiros. A medida visa impedir a circulação de minérios até 150 quilômetros da fronteira, em ambos os países. No entanto, segundo o parlamentar, as ações estariam funcionando de maneira equivocada, prejudicando também o comércio legal. “A tentativa de acabar com as transações clandestinas, na verdade, está abolindo o comércio e o bom relacionamento entre as cidades fronteiriças” acusa o deputado. De acordo com estimativas locais, 70% da economia de Oiapoque gira em torno da extração mineral. (Domiciano Gomes)

A Gazeta

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