Acompanhado das senadoras Marta Suplicy (PT-SP), Ana Rita (PT-ES) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), um grupo de empresárias, advogadas e procuradoras reivindicou, nesta quarta-feira (6), o apoio do presidente do Senado, José Sarney, para incluir a ampliação da participação feminina no debate da reforma política. Sarney se mostrou sensível à causa e mencionou o exemplo da Costa Rica, país que adotou o sistema de lista fechada com alternância de gênero. No sistema de lista fechada, o eleitor não vota num candidato específico, mas no partido, que já tem uma relação de candidatos escolhidos, em ordem de prioridade. Segundo o senador, após a conclusão dos trabalhos da Comissão da Reforma Política, será iniciada uma segunda etapa, com ampliação do debate sobre o tema.
- Achei interessante a experiência deles. Primeiro, definimos se o voto é em lista ou não. A partir daí temos que discutir esse problema - disse o presidente do Senado.
O exemplo citado pelo presidente é semelhante àquele defendido pelas senadoras e mulheres presentes ao encontro. Elas sugeriram que o sistema de lista fechada aprovado pela Comissão da Reforma Política contemple também um dispositivo que estabeleça 50% das vagas para as mulheres, além da alternância de gênero entre os candidatos indicados pelos partidos. Após a reunião, a senadora Ana Rita, integrante da Comissão da Reforma Política, destacou que o financiamento público de campanha e a lista fechada contribuirão para a redução da desigualdade de gênero na política.
- Queremos avançar mais do que isso para que as mulheres tenham mais facilidade e acesso também ao processo eleitoral - salientou Ana Rita.
A senadora Marta Suplicy assinalou que a eleição de Dilma Rousseff para a presidência da República abriu espaço para as mulheres, mas, segundo a parlamentar, a discussão da participação feminina é sempre "postergada". Ela informou que as senadoras pretendem realizar uma audiência pública para debater a participação feminina na política.
- Estamos avaliando agora a organização de uma audiência púbica, e em que momento, pois tem que ser um momento estratégico para que tenhamos peso nessa votação - explicou.
Rodrigo Baptista / Agência Senado
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