quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sondagem revela jazida de petróleo em Macapá



Nos próximos anos, a cidade de Macapá poderá transformar-se na mais nova Meca do petróleo. A revelação, com exclusividade para o Diário do Amapá, é do engenheiro dinamarquês Kenneth Lamsen. Natural de Copenhague, Kenneth mora no Rio de Janeiro e, há seis meses, veio ao Amapá no comando de uma equipe técnica responsável pela prospecção na costa norte do Estado. “Pode estar adormecido sob o leito da foz do rio Amazonas, em frente à cidade de Macapá, um imenso lençol de gás natural e petróleo”, afirma Lamsen. “Para ser mais preciso, ali onde ancoram as frotas de navios mercantes à espera das manobras dos práticos locais, há um enorme potencial para exploração de hidrocarbonetos”, completa. Kenneth informou que há seis meses ele chefia a equipe técnica responsável pelas prospecções em busca do ouro negro na costa norte do Amapá. “Tenho larga experiência na prospecção de petróleo, iniciada na Noruega, no Mar do Norte, e posteriormente na consolidação das plataformas de exploração do norte fluminense”. Com residência fixa no estado do Rio de Janeiro, Kenneth Lamsen garantiu que “é líquida e certa” a existência de petróleo na costa norte, uma faixa litorânea que se estende do município de Amapá ao Oiapoque. “Ainda não mensuramos as jazidas de petróleo existentes no subsolo da plataforma continental do Amapá. Mas tenho certeza que o Amapá é o novo eldorado do petróleo”, enfatizou. Entusiasmado com as descobertas, o engenheiro dinamarquês lançou no ar um desafio com ares de profecia. “O Amapá tem perspectiva para se tornar uma potência na exploração, refino e exportação de hidrocarbonetos, como aconteceu com os Emirados Árabes”, garantiu. Mesmo confirmando as descobertas, o engenheiro dinamarquês ponderou que não poderia dar maiores detalhes, devido às cláusulas de confidencialidade do contrato firmado entre a Petrobras e a empresa para a qual Kenneth Lamsen trabalha. “Posso te garantir que os petrodólares, os eurodólares estão escondidos há milhares de anos no subsolo do gigantesco Amazonas. Agora, o progresso do Amapá é inevitável”, concluiu.

Petroleiras irão disputar mega leilão em maio

A disputa pelos blocos da Bacia da Foz do Amazonas, no extremo norte do Amapá, promete ser a mais acirrada da 11ª rodada de licitação de blocos exploratórios de óleo e gás. O leilão será promovido pelo governo federal em maio. O motivo é a descoberta, no litoral da vizinha Guiana Francesa, praticamente ao lado da bacia brasileira, de grandes reservatórios exploráveis de petróleo. Em sigilo, as grandes petroleiras articulam sociedades para concorrer às áreas ofertadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De olho no súbito interesse despertado nas companhias pelas jazidas de óleo e gás presumivelmente escondidas no subsolo ma-rinho do litoral do Amapá, o governo aumentou de 172 para 289 os blocos a serem leiloados. Das 117 novas áreas, 65 estão na Bacia do Foz do Amazonas, o início da chamada margem equatorial brasileira. A formação de consórcios para explorar a bacia tem mobilizado os executivos das petroleiras desde o ano passado. Esse processo foi acelerado pela descoberta na Guiana. A Petrobrás, com a experiência de 43 anos de fracassos na bacia, tem interesse nos blocos e finaliza parcerias com companhias internacionais empenhadas em renovar seus portfólios brasileiros. Secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Re-nováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, creditou o aumento da oferta de blocos na bacia à proximidade dos campos guianenses. "Houve indicações de possíveis descobertas importantes na Guiana, a 50 quilômetros da fronteira com o Brasil. Então, a área brasileira também tem potencial para descobertas", afirmou o secretário. Em janeiro, a 11.ª rodada, aguardada desde 2008, foi marcada para os dias 14 e 15 de maio. A Bacia da foz do rio Amazonas foi contemplada com 96 blocos, indicativo da importância que o governo vem dando à suspeita de que há óleo e gás abundantes nos campos da costa do Amapá. Os limites da bacia são a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa e a Ilha de Marajó, no vizinho Estado do Pará.

Descoberta

O petróleo apareceu pela primeira vez na Guiana Francesa em 2011. O consórcio formado pelas companhias Tullow Oil, Total e Shell anunciou a presença, em águas profundas, no campo de Zaedyus, de um reservatório importante de óleo de boa qualidade. Nem mesmo o fracasso da prospecção de um segundo poço no campo, no ano passado, arrefece o entusiasmo das empresas interessadas em disputar área da Foz do Amazonas no leilão da ANP. "O bloco da Guiana Francesa permanece altamente prospectivo e ainda oferece um excelente potencial para exploração com sucessos múltiplos", diz o comunicado divulgado pela britânica Tullow Oil. A descoberta na Guiana Francesa foi saudada pelas instituições financeiras que analisam a indústria do petróleo. Para o Bank of America-Merrill Lynch, o achado "abre uma bacia totalmente nova" na América do Sul e Caribe. O Royal Bank of Scotland demonstrou otimismo com a descoberta ao comentar, em nota, que o conteúdo do reservatório de petróleo "provavelmente excede a maioria das expectativas". O geólogo brasileiro Pedro Victor Zalán, consultor em exploração de petróleo, avalia que "a imensa faixa marítima de águas profundas (acima de 600 metros de lâmina d'água) em frente do Amapá, Pará, Maranhão e Piauí encontra-se hoje entre as áreas mais cobiçadas pela indústria petrolífera mundial". Zalán diz que o campo da Guiana Francesa tem reservatório, de acordo com as estimativas iniciais, de cerca de 800 milhões de barris de óleo recuperáveis. "A bacia da foz do Amazonas, sua vizinha muito maior, passou a ser considerada como potencialmente portadora da mesma riqueza. A geologia do litoral da Guiana se estende para a costa do Amapá. Isso está comprovado pelas linhas sísmicas e estudos feitos. Há grande possibilidade de depósitos de petróleo ser encontrados no Amapá. As petroleiras sabem disso."  Dos 289 blocos em leilão, 123 localizam-se em terra e 166 no mar, espalhados em 11 bacias sedimentares, num total de 155 mil quilômetros quadrados, em 11 estados da união, 10 no Norte e Nordeste e 1 no Sudeste. O lance mínimo por um campo terrestre é na ordem de R$ 25 milhões e de um campo em águas profundas alcança R$ 13,5 milhões. O Norte e Nordeste do Brasil podem se tornar grandes produtores de petróleo e gás natural, de acordo com a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard. Em fevereiro ela esteve no Senado para apresentar ao então presidente José Sarney as perspectivas de exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil nas áreas não licitadas.

Campanha “O petróleo é nosso” será lançada em audiência pública

A forma sigilosa com a qual a ANP vem tratando a licitação dos blocos exploratórios de petróleo na costa do Amapá deixou em estado de alerta representantes do Ministério Público. Ontem o promotor de Justiça Moisés Rivaldo confirmou que nesta sexta-feira, 26, no auditório do Sesi, será realizada a primeira audiência pública para debater a exploração de gás natural e petróleo na costa norte amapaense. “É muito estranho que nenhuma autoridade amapaense tenha sido convidada para discutir o assunto. Por isso durante a audiência vamos lançar a campanha ‘O Petróleo é nosso”, anunciou o promotor. “Tenho a informação de que no leilão marcado para os dias 14 e 15 de maio, 71 empresas estão inscritas para disputar a exploração do cobiçado petróleo da nossa costa norte do Amapá, por meio 97 plataformas”, acrescenta. Segundo o promotor, o leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) objetiva à construção de 97 plataformas de petróleo na costa amapaense. “Sabemos que cada empresa vai gerar em torno de 2,5 mil empregos diretos, o que representa, no cômputo global, a criação de 50 mil postos de trabalho”, calcula Moisés. O slogan “O Petróleo é nosso!” se tornou famoso ao ser pronunciado pelo então presidente Getúlio Vargas, por ocasião da descoberta de reservas de petróleo na Bahia. Mais adiante, a frase se tornou lema da Campanha do Petróleo, patrocinada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo, promovida por nacionalistas. A iniciativa culminou na criação da Petrobrás. Após tornar-se famosa, historiadores descobriram que a frase foi criada por Otacílio Raínho, professor e diretor do Colégio Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, um marqueteiro casual.

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