Nos próximos anos, a cidade de Macapá poderá
transformar-se na mais nova Meca do petróleo. A revelação, com exclusividade
para o Diário do Amapá, é do engenheiro dinamarquês Kenneth Lamsen. Natural de
Copenhague, Kenneth mora no Rio de Janeiro e, há seis meses, veio ao Amapá no
comando de uma equipe técnica responsável pela prospecção na costa norte do
Estado. “Pode estar adormecido sob o leito da foz do rio Amazonas, em frente à
cidade de Macapá, um imenso lençol de gás natural e petróleo”, afirma Lamsen.
“Para ser mais preciso, ali onde ancoram as frotas de navios mercantes à espera
das manobras dos práticos locais, há um enorme potencial para exploração de
hidrocarbonetos”, completa. Kenneth informou que há seis meses ele chefia a
equipe técnica responsável pelas prospecções em busca do ouro negro na costa
norte do Amapá. “Tenho larga experiência na prospecção de petróleo, iniciada na
Noruega, no Mar do Norte, e posteriormente na consolidação das plataformas de
exploração do norte fluminense”. Com residência fixa no estado do Rio de
Janeiro, Kenneth Lamsen garantiu que “é líquida e certa” a existência de
petróleo na costa norte, uma faixa litorânea que se estende do município de
Amapá ao Oiapoque. “Ainda não mensuramos as jazidas de petróleo existentes no
subsolo da plataforma continental do Amapá. Mas tenho certeza que o Amapá é o
novo eldorado do petróleo”, enfatizou. Entusiasmado com as descobertas, o
engenheiro dinamarquês lançou no ar um desafio com ares de profecia. “O Amapá
tem perspectiva para se tornar uma potência na exploração, refino e exportação
de hidrocarbonetos, como aconteceu com os Emirados Árabes”, garantiu. Mesmo
confirmando as descobertas, o engenheiro dinamarquês ponderou que não poderia
dar maiores detalhes, devido às cláusulas de confidencialidade do contrato
firmado entre a Petrobras e a empresa para a qual Kenneth Lamsen trabalha.
“Posso te garantir que os petrodólares, os eurodólares estão escondidos há
milhares de anos no subsolo do gigantesco Amazonas. Agora, o progresso do Amapá
é inevitável”, concluiu.
Petroleiras irão disputar mega leilão em maio
Petroleiras irão disputar mega leilão em maio
A disputa pelos blocos da Bacia da Foz do Amazonas,
no extremo norte do Amapá, promete ser a mais acirrada da 11ª rodada de
licitação de blocos exploratórios de óleo e gás. O leilão será promovido pelo
governo federal em maio. O motivo é a descoberta, no litoral da vizinha Guiana
Francesa, praticamente ao lado da bacia brasileira, de grandes reservatórios
exploráveis de petróleo. Em sigilo, as grandes petroleiras articulam sociedades
para concorrer às áreas ofertadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). De olho no súbito interesse despertado nas
companhias pelas jazidas de óleo e gás presumivelmente escondidas no subsolo
ma-rinho do litoral do Amapá, o governo aumentou de 172 para 289 os blocos a serem
leiloados. Das 117 novas áreas, 65 estão na Bacia do Foz do Amazonas, o início
da chamada margem equatorial brasileira. A formação de consórcios para explorar
a bacia tem mobilizado os executivos das petroleiras desde o ano passado. Esse
processo foi acelerado pela descoberta na Guiana. A Petrobrás, com a
experiência de 43 anos de fracassos na bacia, tem interesse nos blocos e
finaliza parcerias com companhias internacionais empenhadas em renovar seus
portfólios brasileiros. Secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis
Re-nováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida,
creditou o aumento da oferta de blocos na bacia à proximidade dos campos
guianenses. "Houve indicações de possíveis descobertas importantes na
Guiana, a 50 quilômetros
da fronteira com o Brasil. Então, a área brasileira também tem potencial para
descobertas", afirmou o secretário. Em janeiro, a 11.ª rodada, aguardada
desde 2008, foi marcada para os dias 14 e 15 de maio. A Bacia da foz do rio
Amazonas foi contemplada com 96 blocos, indicativo da importância que o governo
vem dando à suspeita de que há óleo e gás abundantes nos campos da costa do
Amapá. Os limites da bacia são a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa e a
Ilha de Marajó, no vizinho Estado do Pará.
Descoberta
Descoberta
O petróleo apareceu pela primeira vez na Guiana Francesa em 2011. O consórcio formado pelas companhias Tullow Oil, Total e Shell anunciou a presença, em águas profundas, no campo de Zaedyus, de um reservatório importante de óleo de boa qualidade. Nem mesmo o fracasso da prospecção de um segundo poço no campo, no ano passado, arrefece o entusiasmo das empresas interessadas em disputar área da Foz do Amazonas no leilão da ANP. "O bloco da Guiana Francesa permanece altamente prospectivo e ainda oferece um excelente potencial para exploração com sucessos múltiplos", diz o comunicado divulgado pela britânica Tullow Oil. A descoberta na Guiana Francesa foi saudada pelas instituições financeiras que analisam a indústria do petróleo. Para o Bank of America-Merrill Lynch, o achado "abre uma bacia totalmente nova" na América do Sul e Caribe. O Royal Bank of Scotland demonstrou otimismo com a descoberta ao comentar, em nota, que o conteúdo do reservatório de petróleo "provavelmente excede a maioria das expectativas". O geólogo brasileiro Pedro Victor Zalán, consultor em exploração de petróleo, avalia que "a imensa faixa marítima de águas profundas (acima de
Campanha “O petróleo é nosso” será lançada em audiência pública
A forma sigilosa com a qual a ANP vem tratando a
licitação dos blocos exploratórios de petróleo na costa do Amapá deixou em
estado de alerta representantes do Ministério Público. Ontem o promotor de
Justiça Moisés Rivaldo confirmou que nesta sexta-feira, 26, no auditório do
Sesi, será realizada a primeira audiência pública para debater a exploração de
gás natural e petróleo na costa norte amapaense. “É muito estranho que nenhuma
autoridade amapaense tenha sido convidada para discutir o assunto. Por isso
durante a audiência vamos lançar a campanha ‘O Petróleo é nosso”, anunciou o
promotor. “Tenho a informação de que no leilão marcado para os dias 14 e 15 de
maio, 71 empresas estão inscritas para disputar a exploração do cobiçado
petróleo da nossa costa norte do Amapá, por meio 97 plataformas”, acrescenta. Segundo
o promotor, o leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) objetiva à
construção de 97 plataformas de petróleo na costa amapaense. “Sabemos que cada
empresa vai gerar em torno de 2,5 mil empregos diretos, o que representa, no
cômputo global, a criação de 50 mil postos de trabalho”, calcula Moisés. O
slogan “O Petróleo é nosso!” se tornou famoso ao ser pronunciado pelo então
presidente Getúlio Vargas, por ocasião da descoberta de reservas de petróleo na
Bahia. Mais adiante, a frase se tornou lema da Campanha do Petróleo,
patrocinada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo, promovida por
nacionalistas. A iniciativa culminou na criação da Petrobrás. Após tornar-se
famosa, historiadores descobriram que a frase foi criada por Otacílio Raínho,
professor e diretor do Colégio Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, um marqueteiro
casual.
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