Sarney diz que hora extra em janeiro foi um absurdo
O presidente do Senado, José Sarney, considerou "um absurdo" o pagamento de hora extra a funcionários da Casa no mês de janeiro, quando não houve sessão plenária. Matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que o Senado gastou R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 servidores. Ao chegar na manhã desta terça-feira (10) ao Senado, Sarney lembrou que o fato é anterior à sua administração e deu uma entrevista sobre o assunto.
- Presidente, é correto pagar hora extra num mês em que não houve sessão?
- Eu acho um absurdo. Não acho correto não, eu acho um absurdo. Eu acho que realmente tem que se verificar o que aconteceu, por que isso ocorreu...
- O senhor acha que isso pode ser suspenso?
- Eu acho que sim. Eu acho que o caminho normal seria a suspensão. Mas eu não quero entrar em atribuições que não são minhas, porque aqui nós temos atribuições delimitadas. É muito cheio de suscetibilidades. São as atribuições de cada um, isso não é competência minha.
Nessa entrevista, Sarney disse que, desde que assumiu a Presidência do Senado, cortes de gastos estão sendo efetivamente realizados. Ele informou que, mensalmente, oferecerá à imprensa um balanço das economias que estão sendo realizadas e sustentou: "nós estamos vivendo aqui um regime de austeridade".
Lembrado de que R$ 6,2 milhões é uma cifra muito alta para o pagamento de horas extras, ele respondeu:
- Eu acho que a parte de pessoal é uma parte que não está afeta ao corte de gastos, é uma parte sobre a qual não temos autoridade. São pagamentos fixos, mas, nesse caso de horas extras, é um caso a se examinar como uma coisa que não está dentro da normalidade. Eu acho que o primeiro secretário vai fazer isso.
- Presidente, como virar esse jogo, como retomar os trabalhos da Casa?
- Os trabalhos já foram retomados. Não temos mais nenhuma indicação de autoridade para votar; votamos todas as autoridades. Apenas a pauta está obstruída agora por medidas provisórias . Esse é um problema que não é nosso, é um problema que temos que resolver, e ontem foi o problema dominante na conversa dos presidentes do Senado e da Câmara [Michel Temer] com o presidente da República
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- Eu acho que sim. Eu acho que o caminho normal seria a suspensão. Mas eu não quero entrar em atribuições que não são minhas, porque aqui nós temos atribuições delimitadas. É muito cheio de suscetibilidades. São as atribuições de cada um, isso não é competência minha.
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