segunda-feira, 13 de abril de 2009

Gilvam Borges

Luz para vida

Aos idos de 1992 eu transitava por todo o Estado montado numa motocicleta. A maior aventura era chegar ao Oiapoque. Sempre dei sorte de sair ileso das manobras arriscadas pela tortuosa BR-156, razão de uma das minhas longas batalhas como homem público e, que, graças a Deus está prestes a ser terminada.Numa de minhas viagens, em 1995, ainda na moto, após dias e dias parando nas cidades e vilarejos, dormindo e amanhecendo com a "cara preta" do óleo da lamparina, a exemplo do Diretor Presidente de Eletronorte Jorge Palmeira, do Prefeito Roberto Goés, e de milhares de amapaenses que ainda sofrem com a deficiência do fornecimento de energia elétrica.Subi a montanha do Tracajatuba, parei lá em cima, e fiquei pensando na importância dos nossos recursos naturais e necessidade da instalação de uma rede de energia em todos os municípios. Seria a oportunidade de instalação de fábricas, criação de empregos e desenvolvimento para a região. Era preciso agir. "Vou trazer energia para estes municípios", dizia para mim mesmo.Quando retornei à Brasília fiz várias audiências buscando uma solução para o caso. Lembro especialmente, quando estive com o então Ministro de Minas e Energia, Raimundo Brito, assim que ele assumiu. Durante a conversa eu disse: - "Ministro, quero o Linhão Norte para o Amapá. Nós iremos atender quatro municípios carentes de energia". Ele sorriu e disse: - "estás ficando doido?! Isso é praticamente impossível, é uma fábula de dinheiro, e sem retorno algum". Ao que eu respondi: - "lá precisa de desenvolvimento, e as pessoas passam muitas dificuldades. Quero o seu apoio, o resto deixe comigo! Vou conseguir o dinheiro no orçamento. Se preciso, falarei com o Presidente. Farei o que for necessário."É fato notório que a questão de energia, ou deficiência dela no Amapá sempre foi muito séria e começou a evoluir após a chegada do senador José Sarney. E foi com o esforço conjunto, o apoio seguro que ele deu que conseguimos instalar o Linhão Norte no Amapá, que atende os municípios de Calçoene, Amapá e Tartarugalzinho, com extensão à Pracuúba.Em Calçoene já temos um importante empreendimento de processamento de pescados, investimento do empresário Odilon, esposo da atual prefeita Lucimar Lima, do PMDB. Sem energia isso não seria possível.Estamos trabalhando, toda a bancada federal, para levar o linhão até o Oiapoque, e colocar um ponto final nas dificuldades que o município padece por deficiência e falta de energia. E também pela extensão da energia de Tucuruí ao Amapá, que já foi inclusive licitada.Conseguimos trazer o Ministro das Minas e Energia Edson Lobão para assinar a segunda fase do Projeto Luz Para Todos, do governo federal, com o Estado do Amapá, representado pelo Governador Waldez Góes. O fato foi consumado num grandioso evento no Teatro das Bacabeiras e temos a possibilidade real de vê-lo concretizado até 2.010, em benefício de mais de 100 mil amapaenses.Não fossem os anos de atraso político e econômico que tivemos, o Estado poderia ter evoluído mais. E devo dizer que essa evolução tem ocorrido em esforço conjunto entre a bancada federal, o governador Waldez Góes, o parlamento estadual presidido pelo deputado Jorge Amanajás, prefeitos e vereadores municipais.Embora tenha perdido três anos de meu mandato, pois reiniciei os trabalhos como senador apenas em fevereiro de 2006, o que gerou atraso nos projetos que tenho para o nosso Estado, peguei firme no trabalho. Mas somente me sinto com o dever cumprido quando consigo ver o trabalho materializado, a mudança na vida das pessoas. As dificuldades fazem parte da nossa caminhada e os problemas, obviamente vão se intensificando. A população do Amapá hoje ultrapassa a faixa de 600 mil habitantes. Minha preocupação não é em fazer um museu ou um trapiche, preocupo-me sim com os grandes projetos de infra-estrutura que estruturam um Estado para que possa ocorrer a evolução, o desenvolvimento, seguindo o curso natural das coisas, como demonstra a história da economia, da humanidade. Por isso estradas, aeroportos, portos, habitação, saneamento, pontes que nos tirem do isolamento territorial, investimentos em ZPEs e Zona Franca, são estruturas tão importantes.Não se pode pensar no todo sem as particularidades, posto que são interligadas e fundamentalmente entrelaçadas. A geração de empregos, saúde e educação estão, portanto, indubitavelmente, inseridos nesse contexto.Meu pai, Miguel Pinheiro Borges era um homem de visão e sempre me dizia que o limite das nossas realizações de amanhã são as nossas dúvidas de hoje, e que o único homem que não erra é aquele que nunca faz coisa alguma. Frases que ele atribuía a Roosevelt.Pois eu trabalho firme para acertar e acredito que, a despeito dos que desejam o caos, nossa realidade pode ser mudada com muito trabalho, força política, crença nos homens e fé em Deus.Neste fim de semana santa estarei indo para Calçoene, a convite do Vereador Piaba e da Prefeita Lucimar, fazer uma grande caminhada Calçoene - Lourenço,reafirmando o compromisso de trabalho com aquela região e com a extensão do Linhão Norte ao Oiapoque.

Gilvam Borges é senador pelo PMDB do Amapá e coordenador da Bancada Parlamentar Federal amapaense

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