Sarney representará Lula nos funerais de Raul Alfonsín
Como chefe da delegação brasileira, e em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, José Sarney, desembarca, na tarde desta quarta-feira (1º), em Buenos Aires, para participar das honras fúnebres a serem prestadas ao ex-presidente argentino Raúl Alfonsín, que será enterrado nesta quinta-feira (2), ao meio dia, no cemitério da Recoleta.
Alfonsín, que morreu vítima de câncer pulmonar, aos 82 anos, foi, com José Sarney, responsável pelo ambiente de distensão hoje dominante na América do Sul. Analistas internacionais reconhecem que eles conseguiram evitar uma corrida nuclear e estimular uma cooperação no programa Átomos para a Paz. Para Sarney, o mundo inteiro viu a ação dos dois nessa iniciativa como um grande exemplo na construção da paz.
- Realmente, nós conseguimos fazer um trabalho que, hoje, mobiliza o mundo inteiro, concernente ao problema nuclear. Havia uma corrida nuclear, como hoje existe no Irã e na Coréia do Norte, entre Brasil e Argentina. E nós conseguimos pacificar essa questão dentro da maior tranquilidade, sem a interferência internacional. O presidente Alfonsín me convidou para visitar a usina nuclear de Pilcaniyeu e todas as suas instalações de enriquecimento de urânio. Depois, eu o convidei para ir a Aramar, onde tínhamos descoberto naquele momento o enriquecimento do urânio. Com isso, nós acabamos com todos os segredos nucleares que podíamos ter e deflagramos o fim daquela corrida nuclear - declarou Sarney, com lágrimas nos olhos ao lembrar desse momento.
Ao falar da morte do ex-presidente argentino, Sarney disse que o continente sul-americano ficou menor. Lembrou que, sem Alfonsín o Mercosul não teria saído do campo das ideias. E observou que o ex-presidente argentino não vacilou um minuto sequer em acabar com as divergências históricas entre os dois países. Sarney também afirmou que os sentimentos que o dominavam, nesta manhã, eram o de sofrimento pessoal e o de ver a América Latina perder um grande estadista.
- Alfonsín foi o grande restaurador da democracia na Argentina. Ele se manifestou na luta contra os militares, como advogado dos presos políticos e, com grande bravura, atravessou aquele período difícil. Foi o presidente da redemocratização. Os argentinos o chamam de "o pai da democracia". Ele viveu uma época de muitas turbulências na América Latina. E impôs-se, pelo seu caráter, pela sua coragem, pela sua bravura, pelas suas qualidades pessoais. Era um grande amigo do Brasil. Sem ele nós não teríamos feito o Mercosul. Ele foi um homem decisivo nisso. É com esse sentimento de amizade, de reconhecimento para o que ele representou para todos nós que eu recebi a noticia do seu falecimento.
Como chefe da delegação brasileira, e em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, José Sarney, desembarca, na tarde desta quarta-feira (1º), em Buenos Aires, para participar das honras fúnebres a serem prestadas ao ex-presidente argentino Raúl Alfonsín, que será enterrado nesta quinta-feira (2), ao meio dia, no cemitério da Recoleta.
Alfonsín, que morreu vítima de câncer pulmonar, aos 82 anos, foi, com José Sarney, responsável pelo ambiente de distensão hoje dominante na América do Sul. Analistas internacionais reconhecem que eles conseguiram evitar uma corrida nuclear e estimular uma cooperação no programa Átomos para a Paz. Para Sarney, o mundo inteiro viu a ação dos dois nessa iniciativa como um grande exemplo na construção da paz.
- Realmente, nós conseguimos fazer um trabalho que, hoje, mobiliza o mundo inteiro, concernente ao problema nuclear. Havia uma corrida nuclear, como hoje existe no Irã e na Coréia do Norte, entre Brasil e Argentina. E nós conseguimos pacificar essa questão dentro da maior tranquilidade, sem a interferência internacional. O presidente Alfonsín me convidou para visitar a usina nuclear de Pilcaniyeu e todas as suas instalações de enriquecimento de urânio. Depois, eu o convidei para ir a Aramar, onde tínhamos descoberto naquele momento o enriquecimento do urânio. Com isso, nós acabamos com todos os segredos nucleares que podíamos ter e deflagramos o fim daquela corrida nuclear - declarou Sarney, com lágrimas nos olhos ao lembrar desse momento.
Ao falar da morte do ex-presidente argentino, Sarney disse que o continente sul-americano ficou menor. Lembrou que, sem Alfonsín o Mercosul não teria saído do campo das ideias. E observou que o ex-presidente argentino não vacilou um minuto sequer em acabar com as divergências históricas entre os dois países. Sarney também afirmou que os sentimentos que o dominavam, nesta manhã, eram o de sofrimento pessoal e o de ver a América Latina perder um grande estadista.
- Alfonsín foi o grande restaurador da democracia na Argentina. Ele se manifestou na luta contra os militares, como advogado dos presos políticos e, com grande bravura, atravessou aquele período difícil. Foi o presidente da redemocratização. Os argentinos o chamam de "o pai da democracia". Ele viveu uma época de muitas turbulências na América Latina. E impôs-se, pelo seu caráter, pela sua coragem, pela sua bravura, pelas suas qualidades pessoais. Era um grande amigo do Brasil. Sem ele nós não teríamos feito o Mercosul. Ele foi um homem decisivo nisso. É com esse sentimento de amizade, de reconhecimento para o que ele representou para todos nós que eu recebi a noticia do seu falecimento.
Teresa Cardoso / Agência Senado
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