A Europa foi sempre uma fascinação e raiz para todo o Brasil, principalmente nos séculos 19 e 20. A Cidade Luz, a fonte de todas as melhores manifestações culturais, nomes eternos na literatura e na arte. Do lado econômico não tomávamos conhecimento. Era quase uma relação humana e não uma convivência de dois países.
Nabuco foi francês em seus primeiros anos de mocidade. Seus versos eram escritos em francês, pois só essa língua comportava suas inspirações. Depois, vem a fase de ser inglês, até tornar-se brasileiro pela maior causa que jamais uniu a consciência nacional: a Abolição.
Rui, Graça Aranha, Machado de Assis — que traduziu Vitor Hugo, os Trabalhadores do Mar —, os poetas do século 19, todos influenciados pelos seus ídolos franceses, a começar por José Bonifácio, que sob o pseudônimo de Américo Elíseo, que era quase um pastel de poesia francesa, ele que como poeta era pálido, ficando na nossa história pelo grande estadista.
Mas isso é coisa do passado. Hoje, depois de passarmos pelos Rothschild ingleses, que nos financiaram no Império, nos jogamos, como todo o mundo, rendidos pela realidade, nos braços dos Estados Unidos.
Nada de literatura nem de sonhos românticos, a realidade são as Bolsas e os meios de resistir à globalização financeira, que não é mais uma ameaça de gripe espanhola, mas um contágio em tempo real que pode levar à morte qualquer país.
A nossa Europa, tendo o motor da Alemanha, aspirou e aspira a ser um contraponto ao dólar e competir com suas economias de tecnologia de ponta. Este plano todo desembocou numa moeda, o euro, que superou o valor do dólar, matou moedas na Europa do Leste e hoje tem seu lugar no mundo.
De repente a Grécia, que nunca teve como destaque a força de sua riqueza e sim os seus deuses, Zeus à frente, desaba e necessita de um salva-vidas, que afinal é dado, de 110 bilhões de euros. Mas não basta. Cria-se um fundo anticrise para ancorar o euro e salvá-lo. A Espanha e Portugal tremem. É preciso ter medidas de controle maior ao déficit público e à gastança.
O sentimento que vive a velha Europa é de medo e de profunda frustração. O desemprego grassa e aumenta, e o sonho de um mercado bem maior do que os Estados Unidos cede ao dragão chinês que já comeu a Alemanha nas exportações e agora quer seu espaço não como país e sim como um continente.
Mas da Europa saímos nós e todos nossos valores. Do spleen (melancolia) que vive, em breve tudo se acalmará, nem que seja nas asas de um novo Pascal ou Airbus. A Europa já passou tempos bem piores. Laval que o diga.
José Sarney foi governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador do Amapá por três mandatos consecutivos, presidente do Senado Federal por três vezes. Tudo isso, sempre eleito. São 55 anos de vida pública. É também acadêmico da Academia Brasileira de Letras (desde 1981) e da Academia das Ciências de Lisboa
Nabuco foi francês em seus primeiros anos de mocidade. Seus versos eram escritos em francês, pois só essa língua comportava suas inspirações. Depois, vem a fase de ser inglês, até tornar-se brasileiro pela maior causa que jamais uniu a consciência nacional: a Abolição.
Rui, Graça Aranha, Machado de Assis — que traduziu Vitor Hugo, os Trabalhadores do Mar —, os poetas do século 19, todos influenciados pelos seus ídolos franceses, a começar por José Bonifácio, que sob o pseudônimo de Américo Elíseo, que era quase um pastel de poesia francesa, ele que como poeta era pálido, ficando na nossa história pelo grande estadista.
Mas isso é coisa do passado. Hoje, depois de passarmos pelos Rothschild ingleses, que nos financiaram no Império, nos jogamos, como todo o mundo, rendidos pela realidade, nos braços dos Estados Unidos.
Nada de literatura nem de sonhos românticos, a realidade são as Bolsas e os meios de resistir à globalização financeira, que não é mais uma ameaça de gripe espanhola, mas um contágio em tempo real que pode levar à morte qualquer país.
A nossa Europa, tendo o motor da Alemanha, aspirou e aspira a ser um contraponto ao dólar e competir com suas economias de tecnologia de ponta. Este plano todo desembocou numa moeda, o euro, que superou o valor do dólar, matou moedas na Europa do Leste e hoje tem seu lugar no mundo.
De repente a Grécia, que nunca teve como destaque a força de sua riqueza e sim os seus deuses, Zeus à frente, desaba e necessita de um salva-vidas, que afinal é dado, de 110 bilhões de euros. Mas não basta. Cria-se um fundo anticrise para ancorar o euro e salvá-lo. A Espanha e Portugal tremem. É preciso ter medidas de controle maior ao déficit público e à gastança.
O sentimento que vive a velha Europa é de medo e de profunda frustração. O desemprego grassa e aumenta, e o sonho de um mercado bem maior do que os Estados Unidos cede ao dragão chinês que já comeu a Alemanha nas exportações e agora quer seu espaço não como país e sim como um continente.
Mas da Europa saímos nós e todos nossos valores. Do spleen (melancolia) que vive, em breve tudo se acalmará, nem que seja nas asas de um novo Pascal ou Airbus. A Europa já passou tempos bem piores. Laval que o diga.
José Sarney foi governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador do Amapá por três mandatos consecutivos, presidente do Senado Federal por três vezes. Tudo isso, sempre eleito. São 55 anos de vida pública. É também acadêmico da Academia Brasileira de Letras (desde 1981) e da Academia das Ciências de Lisboa
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