terça-feira, 7 de abril de 2009

Eleições 2010

Por Ruy Guarany Neves, jornalista

Tão logo reiniciaram os trabalhos no Congresso Nacional, em fevereiro último, a Reforma Política voltou a ser defendida, como prioridade da pauta de votações, da presente legislatura. Mesmo sabendo tratar-se de matéria polêmica, que “agrada a gregos,mas não agrada a troianos”, os presidentes do Senado, José Sarney e da Câmara, Michel Temer, convocaram as lideranças das duas casas, para uma reunião preparatória ao encaminhamento da matéria, afim de que seja analisada e aprovada nas comissões.
O projeto em discussão, veio do Poder Executivo e apresenta pontos que pouco diferem da reforma aprovada no Senado no ano 2.000, sem que, até hoje, fosse apreciado pela Câmara dos Deputados, devido as divergências , que dificultaram o consenso em torno de proposições, como, o voto listado,em substituição ao voto nominal, financiamento público de campanha, cláusula de barreira e fidelidade partidária. O projeto do governo,vai mais além, ao acabar com as coligações, nas proporcionais. Presume-se, então, que, o esforço dos presidentes do Senado e da Câmara, em torno da aprovação do projeto até setembro, para que a lei possa vigorar nas eleições de 2010, corre o risco das discussões não chegarem a bom termo e ultrapassarem o prazo limite. Mas, como ainda faltam seis meses, talvez o consenso seja encontrado e a Reforma Política , finalmente, possa se tornar uma realidade.Isso se faz necessário, para evitar que o TSE continue legislando e baixando medidas que são da estrita competência do Congresso Nacional, como aconteceu com a fidelidade partidária
Bem analisado, o projeto do executivo pode ser considerado como bom.Melhor ainda seria, se, complementando os avanços propostos, desse um basta no voto obrigatório. Afinal, não faz nenhum sentido, um modelo democrático que prega a liberdade ampla e irrestrita, ao mesmo tempo em que obriga o cidadão a votar.
A sorte está lançada. A sociedade clama por mudanças no contexto político. É o momento de deputados e senadores, afastarem as divergências e passarem a defender a reforma política, como um avanço de alto interesse da nação.
O ano eleitoral de 2010 se aproxima. O povo brasileiro está cansado de conviver com as fraudes eleitorais. O voto listado, irá acabar com a discrepância do modelo arcaico vigente , em que “João vota em José” de um partido e acaba elegendo “ Antônio”, de outro partido.

Folclore político: Nas eleições parlamentares de 1966, disputavam a única vaga de deputado federal pelo ex Território do Amapá, o líder Janary Gentil Nunes e o professor Alfredo Oliveira, mais conhecido como Cabo Alfredo. Na época, o bairro do Trem era o maior reduto eleitoral da capital. Certo dia, cabo Alfredo resolveu fazer uma visita ao populoso bairro. Ao passar em frente ao colégio Alexandre Vaz Tavares, deparou com uma faixa fixada ao mudo, que dizia: “O Trem está com o Cabo Alfredo”. Satisfeito da vida, prosseguiu a caminhada e logo deparou com outra faixa,com os dizeres, “ mas, os passageiros, estão com Janary”...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acompanhe

Clique para ampliar