É aí que a porca torce o rabo
Estamos em tempos de intensa atividade. Não me refiro somente ao meu dia a dia pessoal, mas sim à sensação, ou melhor, à realidade de que o mundo está em movimento acelerado, no qual está cada vez mais enraizado o conceito e o espírito de competição. Fatores que geram stress e depressão, que levam a suicídios, ataques cardíacos e situações extremadas de violência, e são objetos de intensos estudos e pesquisas científicas. Tudo devido ao medo que as pessoas têm, de perder o comboio do sucesso pregado exaustivamente nos meios de comunicação de massa.Aqui também é assim. Compreendo que há uma pregação insana da teoria do caos, especialmente por parte de pessoas que quando tiveram as oportunidades máximas de promoverem mudanças, não as efetuaram e as questões sociais agravadas ao longo do tempo, tiveram suas próprias contribuições. Não há como fugir dessa realidade.Nessa luta incessante para que o Estado, como um todo, evolua, alguns acontecimentos me dei-xam em dúvida sobre o objetivo a ser alcançado. Uma balsa bateu numa pilastra da ponte sobre o rio Jari, que ligará o Pará ao Amapá. A pilastra que custa cerca de quatro milhões de reais está danificada, o que atrasará sensivelmente a obra, que há anos estamos trabalhando para ser construída. Além disso, o município teria atestado obras ainda não realizadas e o TCU efetuou o bloqueio das verbas.O Linhão Norte, uma de nossas conquistas, após muitos anos de trabalho, teve peças furtadas, deixando os cinco municípios que atende, sem energia.Estes dois casos específicos pedem uma reflexão. Acidente, furto ou sabotagem?! A desordem cria o inferno, qualquer cristão sabe disso. Mas não podemos esquecer que os diabinhos se propõem a promovê-la. Então, é bom manter os olhos abertos e a vigilância funcionando. Caso contrário, como diriam os mais velhos, com a peculiar sabedoria da experiência: “É aí que a porca torce o rabo”.
Gilvam Borges é senador pelo PMDB-AP e coordenador da Bancada Parlamentar do Amapá em Brasília
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