Por Zé Miguel
Sinto que se torna cada vez mais necessário e urgente, discutirmos de maneira madura e inteligente o movimento cultural no Amapá. Essa necessidade se manifesta a todo instante, e vem sendo empurrada para debaixo do tapete por nós mesmos há tempos.Nesse ponto da conversa é possível que alguém já esteja Pensando ”xii!! La vem ele com esse papo de política do PSB”. Mas quero deixar claro a todos, que não faço outra coisa senão manifestar minhas verdadeiras preocupações com os rumos que esse movimento toma a cada dia. Sou um profissional da música, sobrevivo da música e, em função disso, tenho me deparado com as mais inusitadas situações.Outro dia, em conversa com algumas funcionárias da Prefeitura de Macapá, sobre as tarifas cobradas para os autônomos, categoria na qual nos enquadramos e que classifica o músico como nível médio, estabelecendo uma taxa abaixo de quem tem nível superior, uma das funcionarias me saiu com a seguinte brincadeira. “Vocês deviam pagar como nível superior, afinal vocês são profissionais”. Respondi a ela da seguinte forma: “O engraçado, é que quando se trata da gente pagar alguma coisa nos consideram profissionais, mas quando se trata de pagarem pra gente... Ai somos amadores... E da mais baixa categoria!”Precisamos acabar com esse tipo de discriminação, mas quando falo isso, não me refiro apenas a cobrar das pessoas o respeito que merecemos, mas acima de tudo de merecermos verdadeiramente esse respeito. Como??? Posicionando-nos sempre como profissionais que somos. Apresentando um serviço de qualidade e cobrando aquilo que é justo, não permitindo às instituições públicas que determinem o quanto valemos por exemplo. E por falar em instituição pública, esse é outro assunto que precisa ser discutido a sério. Precisamos urgentemente mudar o tipo de relação com essas entidades.Agora, possivelmente estarão pensando. “La vai ele meter o pau no governador”. Mas não é isso o que pretendo. Acho que precisamos romper com essa relação paternalista que temos levado até então, isso faz com que a instituição se sinta no direito de determinar quanto valemos, e essa avaliação é sempre muito abaixo, principalmente se comparada ao tratamento dado a artistas de fora quando aqui chegam.Quanto ao Governador, ao contrário do que possam estar pensando, não vejo com maus olhos a sua atuação no tocante ao nosso hoje fraco movimento. Como na gestão do Capi, tenho testemunhado em varias situações, o interesse direto do gestor em botar recursos para desenvolver nossas atividades.
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