Sarney elogia Itamaraty, mas pede celeridade nas obras da Ponte do Oiapoque
Por Said Dib
O senador José Sarney (PMDB) recebeu em seu gabinete, na manhã de sexta-feira (15), a chefe do “Departamento da Europa” no Itamaraty, embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis. Foram discutidos os procedimentos necessários para a construção da Ponte Binacional, que ligará o Amapá ao Platô das Guianas e, por extensão, ao Mercado Comum Europeu. O presidente do Senado Federal recebeu informações sobre o andamento do projeto e pediu celeridade por parte do Itamaraty.
Processo licitatório
A embaixadora Maria Dileuza Fontenele Reis explicou que o processo licitatório está em andamento e que os eventuais atrasos se explicam pelo fato de que uma das empresas, que ficou em quarto lugar na licitação, entrou com recurso no processo. A embaixadora esclareceu que, apesar de provocar certa protelação, tal procedimento faz parte das regras, “algo normal, previsto pela legislação”.
Reunião em Macapá
Maria Edileuza discutiu também com o senador Sarney as providências do Ministério das Relações Exteriores com relação a assuntos importantes, como os critérios acertados entre os dois países quanto ao trânsito na ponte, ao combate ao garimpo ilegal e a outros assuntos pertinentes. Foi informado ao presidente do Senado que haverá, no final do mês, mais uma reunião de trabalho em Macapá. O encontro tratará de detalhes importantes como contratação, desembolso financeiro e data de início das obras. “A reunião tratará de vários temas específicos e de interesse dos governos brasileiro e francês”, explicou a embaixadora.
Investimentos e know-how binacionais
A embaixadora fez questão, também, de lembrar “o importante papel desempenhado pelo deputado Sebastião Bala Rocha no processo” e destacou a importância do projeto. "O investimento dos dois países soma R$ 55 milhões. E o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) será responsável pela emissão da Ordem de Serviço para o início das obras. A ponte será construída na fronteira de Oiapoque (Brasil) e Saint-Georges (Guiana Francesa). A estimativa é que a obra gere cerca de 500 empregos diretos e indiretos, incluindo mão-de-obra especializada, operacional e de fiscalização", informou. A embaixadora lembrou, ainda, que tanto a França quanto o Brasil dispõem de empresas com know-how suficientes para executar a obra.
Ponte para o mercado europeu
Ao final do encontro Sarney agradeceu e elogiou a atuação do Itamaraty, destacou o papel de Lula e do governador Waldez no empreendimento e reafirmou a necessidade de celeridade em todo o processo, destacando a importância da obra “não só para o Amapá, mas para o Brasil como um todo”. “É normal que fiquemos ansiosos, mas as coisas estão se encaminhando bem. A União Européia é o maior parceiro comercial do Brasil, com 22% do comércio total do país. No entanto, o Brasil só conta por 1,8% das trocas da UE. Dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o país é o que atraiu mais investimentos diretos europeus - total de 76,3 bilhões de euros no país até 2006. Esta obra será decisiva não só para a integração humana e cultural entre a Guiana francesa e o Amapá, mas com certeza representará também uma ponte efetiva para o crescimento deste comércio”, explicou o ex-presidente da República.
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