segunda-feira, 19 de abril de 2010

Gilvam Borges

Orgulho de ser PMDB

O período que antecede o momento máximo da democracia brasileira é um pulsante criadouro de intrigas que às vezes acarretam desajustes irremediáveis e tortuosos caminhos, especialmente para aqueles cujo projeto político não passa de ambição pessoal desapartada da finalidade máxima da existência partidária, que é o gerenciamento do Estado, em suas diversas vertentes, sempre voltado para o povo. A pluralidade partidária exige alinhamentos que ensejarão suportes políticos com ideários similares, alinhavando desde logo o que se convencionou denominar base de sustentação de governo. Fato absolutamente necessário, dadas divergências que necessitam harmonizar-se, caso contrário pode-se inviabilizar qualquer plano ou projeto administrativo de governo.Na democracia mais famosa do mundo, mas nem por isso a que mais preza as liberdades individuais e coletivas em relação à força estatal, Barack Obama se ajusta às exigências de governo enquanto Estado, ao tempo em que procura atender às expectativas da população gerada por seu discurso e projeto governamental social-democrata. O presidente americano pena nas mãos dos republicanos e até mesmo de seus partidários democratas para transformar seus projetos em realidade.No Brasil, o PMDB tem sido, desde o processo do fim da didatura militar, até os dias de hoje, um alicerce na base de sustentação de todos os governos estabelecidos. E não é à toa, dada sua importância no contexto nacional.Nos momentos difíceis da política nacional, jamais se esmoreceu; e, nos momentos de êxito, procura corresponder às expectativas do seu eleitorado e de toda a população. Reconhecendo a importância das demais agremiações, todas merecedoras do nosso respeito e da nossa admiração, os números do PMDB são relevantes: o partido mantém diretórios em todas as 27 unidades federativas e está organizado em 4.671 municípios brasileiros. Com o apoio e a confiança dos seus 2,1 milhões de filiados e de 15 milhões de simpatizantes, elegeu 7 governadores e 5 vice-governadores, 20 senadores; 94 deputados federais; 170 deputados estaduais; 1.308 prefeitos e 8.308 vereadores, nas últimas eleições.A identificação recíproca entre o PMDB e o povo brasileiro tem suas raízes na origem do partido; e tem se fortalecido, desde então, numa demonstração inequívoca de que o partido mantém-se coerente com a sua proposta de defender a democracia e de lutar pelas grandes causas nacionais. O PMDB nasceu do MDB - Movimento Democrático Brasileiro em 24 de março de 1966, quando o partido obteve seu registro na Justiça Eleitoral. Sua fundação resultava da extinção dos antigos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, do Regime Militar, e da implantação do bipartidarismo. Em função da economia centralizada, do cerceamento da ação política e das pressões exercidas pelo regime militar, o MDB estava destinado a ser eternamente um mero contraponto no cenário político, onde pontificava a Arena, partido do Governo, entretanto, os emedebistas não se resignaram em participar de uma farsa. Nos anos 70, com Ulysses Guimarães à frente, a agremiação daria uma grande arrancada na preferência popular. O país viveu momentos de angústia e de sofrimento, mas, sobretudo, testemunhou a grandeza e o heroísmo de perso-nagens como Ulysses e Barbosa Lima Sobrinho, que, juntos, percorreram as capitais brasileiras, na condição de anticandidatos à candidatura ungida pelo Governo militar, para difundir as idéias oposicionistas. As sementes frutificaram. Nas eleições de 1974, o partido elegeu 16 senadores e 165 deputados federais ­ o que era impensável até então; e fez a maioria da representação em seis Assembléias Legislativas. Para o regime militar, foi um susto; para o MDB, a definitiva consagração como defensor e porta-voz dos anseios populares. Quatro anos depois, o General Euler Bentes Monteiro e o Senador Paulo Brossard fariam uma dobradinha para desafiar a candidatura militar do General Figueiredo, e, embora a eleição se desse no âmbito do Colégio Eleitoral, eles conseguiram uma votação expressiva, com adesão de 226 parlamentares. Preterido na escolha do sucessor do General Figueiredo, esse grupo criou a Frente Liberal, que mais tarde se comporia com o PMDB para formar a Aliança Democrática e lançar a candidatura de Tancredo Neves e José Sarney na sucessão do governo mi-litar que foram eleitos por larga margem de votos no colégio eleitoral. Em 1986, já no Governo Sarney, o PMDB elegeria 22 dos 23 governadores, além dos 260 deputados federais e 44 senadores, tornando-se hegemônico no cenário político nacional e habilitando-se a liderar o movimento pela Assembléia Nacional Cons-tituinte. O Partido que comandara o movimento pela anistia e a campanha das Diretas Já, brigava, agora para que o Brasil tivesse um novo ordenamento jurídico e político.Hoje os tempos de arbítrio são referências históricas, mas o PMDB continua atento e atuante na defesa de outras bandeiras igualmente importantes, como a inclusão social, a redistribuição de renda e a promoção da cidadania. Assim sendo, é natural que o Partido faça parte da base de apoio, de sustentação ao governo do Presidente Lula. Afinal, mais do que chegar ao poder, o PMDB luta, com firmeza, para que suas propostas se concretizem e se revertam em benefício do povo brasileiro, nossa gente humilde, honesta e trabalhadora que, pacificamente, mas com persistência e coragem, é capaz de superar todas as adversidades. Nosso povo merece todo e qualquer esforço da classe política. E o Partido se esforça diuturnamente para continuar merecendo a confiança e a preferência com que os eleitores brasileiros nos têm distinguido nas urnas para que o PMDB continue cons-truindo e ajudando a construir os destinos do nosso país.

Gilvam Borges Senador da República pelo PMDB (AP); coordenador da bancada parlamentar federal amapaense

E-mail: senadorgilvam@gmail.com

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