terça-feira, 27 de abril de 2010

Gilvam Borges

Imagens

Nem tudo o que parece é! A sabedoria popular mostra que o aspecto visual é o primeiro que define nossa percepção das coisas e pode ser indutor de muitos aspectos implícitos que passam desapercebidos.Culturalmente podemos ser o resultado do que vestimos o que nossa indumentária revela ao mundo através das cores, decotes, recortes e mais refinados cortes. Isso pode espelhar posição social, desejos e preferências, nos colocando ou tirando da passarela da moda.A escrita com frases curtas ou longas, pontuações e expressões, pode nos levar do simples ao abstrato ou prolixo. Da redundância à complexidade intelectual. Através do verbo escrito pode-se inclusive analisar, estudar a personalidade do autor.Através da fala, do timbre de voz, acompanhada de expressões corporais o ser humano expõem-se a avaliações mil do mundo que o observa.Atenção! Estamos no mundo e no ano da democracia. Inúmeros candidatos serão alvo de análise. Gastarão todo o poder de retórica, que poderá ser fundamental e fazer a diferença na escolha. Milhares de formas de comunicação utilizáveis formarão a imagem, que pode ser construída ou destruída num piscar de olhos pelos inúmeros profissionais que cercam o candidato, fazendo milagres com o pouco conteúdo de alguns.Todo cuidado é pouco, pois na hora de vender o peixe a ova de tamuatá pode ser servida com ervas saborosas e passar pelo famoso caviar, desde, que é claro, o degustador nunca tenha provado o original, que, aliás, dizem ter um gosto horrível.Nossos olhos podem falsear a realidade. Nos meus tempos de república estudantil em Belém, tive um colega que comprou um quilo e meio de queijo maravilhoso e bom preço, de um vendedor que passou na porta. O rapaz apresentou-se como recém chegado da Ilha do Marajó e estava vendendo o famoso queijo de búfalo marajoara.Após pagar o queijo, o colega o guardou na geladeira deixando em cima um bilhete: não mexa, é do Amarildo. Mais tarde, ao rertornar da faculdade foi direto cortar e experimentar a iguaria. Ele já vinha salivando no ônibus, com a imagem do queijo no prato, antes de chegar em casa.Ao levar o queijo à boca e dar a primeira mordida, sua expressão facial e olhar diziam tudo. Ele estava vivenciando uma experiência bastante desagradável. Havia sido vítima de um golpe, o belo queijo não passava de um bolo de maisena muito bem trabalhado.Por isso é bom tentar enxergar além do que os olhos veem, pois como outro velho adágio popular ensina: você pode estar comprando gato por lebre.Milhares de turistas e nós mesmos somos passados para trás de vez em quando. Nas imediações da feira do ver-o-peso os amantes e apreciadores de passarinhos já deram mancada. Se for se aventurar a comprar um curió e o bichinho estiver cantando muito, é bom não se alegrar e achar que vai ser assim na sua casa. É que o vendedor deve estar trocando a alimentação do bicho e ao invés do alpiste a semente pode ser da canabis sativa, a famosa maconha.Por lá também é possível você se apaixonar por um macaco pequeno, bonitinho, olhos amarelos e querer comprar o mico leão dourado. Cuidado, pois você pode pagar o “mico” de arrumar um macaco prego pintado com água oxigenada.Vá por mim! Preste bem atenção, pois todo cuidado é pouco.

Gilvam Borges é senador da República pelo PMDB-AP; coordenador da bancada parlamentar amapaense em Brasília

E-mail: senadorgilvam@gmail.com

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