quinta-feira, 22 de abril de 2010

Recebido por Sarney, presidente do Líbano diz que Brasil se tornou grande interlocutor na Organização das Nações Unidas

Presidindo o Líbano desde 2008, quando sua posse impediu uma grave crise política, Michel Suleiman, de 61 anos, disse ao presidente do Senado, José Sarney, que o Brasil tornou-se uma grande potência "nos conselhos da ONU, tanto no âmbito econômico como no importante papel que desempenha ao intermediar o processo de paz no Oriente Médio". Suleiman, que chegou hoje (22) ao Brasil onde permanecerá até segunda-feira próxima, veio ao Congresso em visita oficial animado com as possibilidades de incrementar as relações bilaterais. Concordando com a constatação de Sarney de que a comunidade libanesa que vive no Brasil "é maior do que a população de seu país", o dirigente libanês colocou números e cobrou: "nos almejamos que as relações bilaterais sejam muito fortes entre Líbano e Brasil, especialmente pela harmonia política entre nossas nações assim como pela presença dos libaneses aqui, que somam uma vez e meia nossa população". Ele ainda alertou que a atual relação comercial entre as nações não está correspondendo a esta realidade. Mas confirmou que "Brasil e Líbano tem um campo enorme de crescimento nas suas relações bilaterais" e que sua delegação certamente aprofundará acordos e tratados com os dirigentes brasileiros.O senador Sarney recordou, dirigindo-se a Suleiman, que não só pelas relações históricas, como "pelas nossas relações humanas e até mesmo pela mistura étnica que parte do povo brasileiro tem com o povo libanês, acompanhamos sempre com grande interesse tudo que ocorre no Líbano". O presidente do Líbano, que no início de sua fala havia abordado sobre viagem que Sarney fez ao seu país quando lançou um romance de sua autoria, foi agraciado pelo presidente do Senado Federal com a obra "O dono do mar", traduzida para o árabe. Sarney concluiu o encontro reconhecendo a eficiência de Suleiman no "desempenho de suas funções como presidente do Líbano", ressaltando a "respeitabilidade que goza perante o povo libanês", conduzindo o país com o equilíbrio político necessário. Michel Sleiman veio acompanhado pelos ministros Tareq Mitri (Informação), Ali Abdallah (Juventude e Esporte), Mona Afeish (Estado), Salim Sayegh (Assuntos Sociais) e Mohamed Rahal (Meio Ambiente).

Evolução nas relações bilaterais

Os laços entre Brasil e Líbano vão além do comércio, em função da forte presença de libaneses e seus descendentes no Brasil. Estima-se que existem no Brasil mais de seis milhões deles. O ministro da Indústria e do Comércio Miguel Jorge , que é de origem libanesa, indicou que o Brasil "tem mais de 30 congressistas dessa origem, além de outros cinco ministros". Esses descendentes formam no país o maior núcleo de imigrantes libaneses do mundo. O grande incentivador para que, em meados do século XIX , se iniciasse um intenso movimento do Líbano para o Brasil foi o imperador D. Pedro II, a partir de sua visita ao país árabe em 1876. Mas as relações comerciais entre o Brasil e o Líbano "são muito pequenas", confessa o ministro da Economia e Comércio do Líbano , Mohammad Safadi. Porém, assegura que "tem um enorme potencial para crescer". No ano passado, por exemplo, os brasileiros faturaram US$ 310 milhões no comércio com os libaneses, principalmente com vendas de carne bovina, gado em pé, café e ferro. Já o Líbano exportou US$ 1,4 milhão ao Brasil, com produtos como monofilamentos de plástico, mármores e maquinas para panificação.

Para intensificar o comércio bilateral, o ministro Miguel esteve na semana passada no Líbano com uma comitiva de 86 empresários brasileiros participando de várias rodadas de negócios com cerca de 460 empresas libanesas. Com o ministro Safadi, Jorge assinou um memorando de entendimento para estabelecer um comitê conjunto destinado a fortalecer os laços comerciais e de investimento entre os Estados. Dentre os objetivos o de proporcionar às empresas brasileiras maior acesso às vantagens e garantias que o governo libanês oferece para investidores estrangeiros atuarem no país. E, também, ampliar a cooperação técnica entre o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Libnor, órgão similar do Líbano. Na ocasião, o ministro libanês ponderou aos empresários brasileiros que seu país "tem zonas francas, de onde os produtos saem livre de taxação, podendo beneficiar as empresas brasileiras : o Líbano é o portão de entrada para o mundo árabe", defendeu Safadi, lembrando que o seu país é uma boa base para vender à região.

Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado


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