domingo, 25 de abril de 2010

“A minha maior graça é ser cristão”, diz Sarney


Um café da manhã e uma celebração religiosa comandada pelo Padre Bráulio, no Palácio dos Leões, marcou neste sábado a passagem dos 80 anos de aniversário do presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Parentes, amigos e correligionários políticos foram cumprimentar o senador. Ao lado da mulher Marly, filhos e netos, Sarney assoprou a vela e cortou o tradicional bolo.

Sarney, Dona Marly, Roseana e a bisneta do senador Fernanda

No entanto, o que marcou o evento foi o testemunho de fé prestado pelo senador durante a celebração religiosa. “A maior graça que Deus me deu na vida foi ser cristão. Eu procurei ser realmente cristão. Não por palavras, mas procurando internamente. Foi o Cristianismo que meu deu forças a vida inteira para festejar as alegrias, suportar os sofrimentos e vencer as dificuldades. Quem é cristão tem a paz interna”, disse, e completou: “Quantas vezes Deus me livrou da morte e me deu condições de saber e de viver?”.
Sarney lembrou que “Jesus Cristo não foi um filósofo, foi um homem simples que falava a linguagem do povo”. O senador disse ter sempre procurado seguir dois dos principais ensimanentos do filho de Deus: amai-vos uns aos outros e perdoai seus inimigos. “Tenho procurado, a vida inteira, olhar meu próximo por esse olhar de amor”, assegurou.
Segundo ele, essa não é uma tarefa fácil para um político. “Para um político o mais difícil é perdoar os inimigos. Tenho procurado a vida inteira cumprir esse mandamento. Sei quanto isto é difícil. Pela graça de vida que Deus me deu tenho procurado retribuir desta maneira.”
O presidente do Senado contou que desde jovem reza antes de dormir e ao levantar: “Eu agradeço a Deus a graça da vida que ele me deu através de meu pai e minha mãe. Perdoai-me dos meus pecados, lavai-me de minhas culpas e renovai a minha fé.”
De acordo com o ex-presidente da República, o verdadeiro cristão “tem a certeza que não faz mal a ninguém, ama seus inimigos e seu próximo, e não tem motivo para guardar ressentimentos”. Ele admitiu que na juventude “quase cheguei a caminhar pela dúvida (em relação a sua fé), mas recusei esse caminho”. “Às vezes perguntam: ‘Sarney aceita isso, aquilo e aquilo outro’. Eu tenho errado muito ao longo da vida, mas sempre com essa missão de resistir e me transformar”, completou.
Sarney afirmou ser tão abençoado por Deus que ele lhe possibilitou ser escritor e político. “A literatura é uma dádiva de Deus. A política me deu condições de fazer muitas vezes o bem pelas pessoas, pelo povo do Maranhão e brasileiro.”
O senador disse ser devoto de São Fidelis de Sigmaringa, morto no mesmo dia em que comemora aniversário. Durante o testemunho, ele chegou a consertar uma publicação da Editora Paulinas onde é dito que o santo “morreu na igreja”. “Na verdade, ele morreu (esquartejado) a caminho da igreja”, em 24 de abril de 1622 aos 45 anos (veja aqui).
No final, brincou. “Não estou completanto 80 anos. Como dizem os franceses, estou completando quatre-vingts, quatro vezes 20 (anos)”.

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