sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mídia em Foco

Data:08.04.2010
Veículo:O Estado de S.Paulo

Sarney pode voltar a ocupar Presidência

Vinte anos depois de deixar o Planalto e nove meses após protagonizar um escândalo de corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e nepotismo, o senador José Sarney (PMDB-AP) terá direito de voltar, na próxima semana, a ocupar a cadeira de presidente da República(...)

(...)Assessores do governo dizem que a volta à Presidência é um prêmio para o senador que queria encerrar a carreira política sem a marca dos escândalos dos atos secretos, revelados pelo Estado. Reportagens mostraram que, no comando do Senado, Sarney chegou a nomear até o namorado de uma neta.

E S C L A R E C I M E N T O

Informações inverídicas contestadas em carta enviada ao O Estado de S.Paulo e novamente não publicada pelo jornal.

Senhor editor,

Sobre a matéria “Sarney pode voltar a ocupar Presidência”, publicada nesta quinta-feira por este jornal, é de se lamentar que um jornal com a tradição de O Estado de S.Paulo tenha escrito página tão triste do jornalismo brasileiro, tal a leviandade e irresponsabilidade do texto. Não bastassem erros crassos de informação, atribuindo ao presidente do Senado vilezas que ele jamais cometeu, é degradante o desrespeito pelo ser humano.
Mesmo sabendo que são parcas as chances de publicação desta carta, a exemplo de tantas outras, quero registrar que é absolutamente inverídica a afirmação de que o senador José Sarney tenha “protagonizado um escândalo de corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e nepotismo”. Sobre nepotismo, aliás, única dessas acusações realmente feita a ele, os devidos esclarecimentos foram prestados à época, sendo a denúncia arquivada. O presidente do Senado, a exemplo dos demais agentes das esferas de poder público no país, se atém à súmula do Supremo Tribunal Federal que regulamentou a questão.
Por fim, quanto às referências ao período do governo Sarney, a própria História desqualifica a agressão, poupando-me comentários.

Atenciosamente,

Francisco Mendonça Filho
Secretário de Imprensa da Presidência do Senado Federal
Brasília, 8 de abril de 2010

Comentário do "Amapá no Congresso":

Pegar no pé do senador Sarney apenas porque o ex-presidente escolheu apoiar Lula e Dilma - e não os tucanos e Serra - não é postura de um jornal sério. Agindo assim, o "O Estado de São Paulo" enterra de vez a credibilidade e a seriedade que ainda possuía no trato jornalístico. Mostra a decadência pela qual está passando. Suas observações estão bastante equivocadas. Seus editores, além de precisarem ler e reler o próprio "Manual de Redação e Estilo do Estadão", para lembrar dos princípios éticos e morais prescritos para os seus próprios repórteres, precisam estudar a História. Sarney cumpriu à risca – e foi até além – tudo que Tancredo dizia que iria fazer. A convocação da Constituinte e a legalização dos partidos clandestinos, por exemplo. Permitiu a reforma do Estado, com a extinção da conta-movimento do Banco do Brasil, a unificação do orçamento da União, a criação do SIAFI, da Secretaria do Tesouro. Ao final do governo tinha um resultado que, visto com os olhos de hoje, é surpreendente: crescimento e pleno emprego — o PIB per capita em dólares dobrou, chegando a US$ 2.923 (em 2004 estava em US$ 2.789), enquanto o desemprego era o menor de nossa História (2,36%). O país era a 7ª potência industrial do mundo. Tivemos 67 bilhões de dólares de saldo comercial (contra um déficit de 8 bilhões de dólares no período de 1995/2002) O PIB passou de 189 para 415 bilhões de dólares, e a dívida externa caiu de 54% para 28% do PIB. A produção de petróleo passou de 2,7 para 8 bilhões de barris. A safra agrícola passou de 50 para 60 milhões de toneladas de grãos. No setor elétrico, a produção aumentou em 24,1%, o número de consumidores em 22,3%, foram investidos 29 bilhões de dólares. O déficit primário de 2,58% do PIB foi transformado em superávit de 0,8%. Em 1990, Sarney entregou a seu sucessor — eleito em eleição direta e completamente livre — um país renovado. Transformado nos planos econômico, social e político. Cumpriu-se, assim, o compromisso de Tancredo: o Brasil se tornou uma grande democracia. Na Presidência do Senado, por três oportunidades, revolucionou o sistema de comunicação da Casa e vem empreendendo, na atual gestão, uma profunda reforma administrativa, tendo ouvido as sugestões dos servidores, da FGV- Fundação Getúlio Vargas - e de todos os senadores. Foi elogiado até por notórios desafetos, como o senador Pedro Simon. As calúnias de que fora vítima foram todas, absolutamente todas sobejamente desmascaradas (clique no banner abaixo para conferir uma a uma...). Temos que acabar com esta balela sobre o ex-presidente. Temos que valorizar nossos grandes líderes. Ele foi o grande timoneiro de um momento extremamente delicado para o Brasil. Tem que ser respeitado. Foi governador, deputado e senador pelo Maranhão, presidente da República, senador do Amapá por três mandatos consecutivos, presidente do Senado Federal por três vezes. Tudo isso, sempre eleito. São 55 anos de vida pública. É isso.

Said Barbosa Dib é, com muito orgulho, assessor de imprensa do presidente Sarney

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