sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sarney recebe presidente do Chile, que anuncia parceria estratégica com o Brasil


O presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney, recebeu nesta sexta-feira (9), o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que anunciou assinatura de parceria estratégica com o Brasil em áreas como combustíveis renováveis, meio ambiente e tecnologia. Sarney desejou a Piñera "êxito no trabalho de reconstrução do Chile depois do terremoto", e acrescentou que espera que o Brasil possa ajudar.
O presidente chileno chegou à rampa do Congresso Nacional ao meio-dia, com meia hora de atraso. Foi recebido pelo presidente José Sarney e pelos senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Papaléo Paes (PSDB-AP) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Piñera, que tomou posse há quase um mês, logo depois do terremoto que causou 802 mortes (número oficial), veio acompanhado de ministros e parlamentares.
Piñera disse que veio ao Brasil assinar acordos com vistas a uma "relação estratégica", com a formação de grupos de trabalho nas áreas de combustíveis renováveis, meio ambiente e tecnologia, acordos que poderão produzir resultados já em 2010.
- Temos no Brasil uma agenda bem concreta - disse.
No encontro, Sarney mencionou o terremoto e o desejo de que o presidente "tenha êxito" na reconstrução do país. Sebastián Piñera interrompeu para explicar que foi "um dos cinco maiores terremotos da história da humanidade", com 8,8 graus na escala Richter, e seguido de maremotos.
O presidente chileno acrescentou que já recebeu grande ajuda do Brasil, tanto de médicos quanto de recursos materiais, e que era brasileiro o maior hospital de campanha no socorro às vítimas do terremoto em seu país. Sebastián Piñera manifestou também pesar pelas vítimas dos deslizamentos de terra no Rio de Janeiro.
Sarney explicou ao presidente e à comitiva chilena o sistema presidencialista brasileiro, que comparou ao norte-americano, bicameral, "com uma linha invisível a dividir as duas Casas". Brincando, Sebastián Piñera perguntou-lhe o que é mais fácil, ser presidente do Senado ou da República. Sarney respondeu que é mais fácil ser presidente do Senado, e Piñera disse que é uma boa via para ser novamente presidente da República. Ele acrescentou que o presidente do Congresso Brasileiro sempre foi "um grande amigo do Chile".
O presidente do Senado disse que, desde que o viu pela primeira vez, teve a certeza de que Sebastián Piñera assumia o mandato disposto a realizar muita coisa pelo seu país, com garra e disposição.
Sebastián Piñera se disse impressionado com o tamanho do Brasil, que não faz fronteira na América do Sul apenas com o próprio Chile e com o Equador. Sarney explicou que o Brasil atravessa um bom momento em sua economia, com bom ritmo de crescimento. O presidente do Chile disse, encerrando, que seu país será campeão mundial de futebol na Copa do África do Sul, e que o Brasil será o vice-campeão.

Piñera: homem de comunicação

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, de 61 anos, tomou posse no dia 11 de março último, em meio à destruição provocada por um dos maiores terremotos da história da humanidade, com 8,8 graus na escala Richter, e que deixou mais de 800 mortos no Chile, além de graves danos à infraestrutura do país.Piñera, que disputou a presidência pela segunda vez, derrotou no segundo turno, em 17 de janeiro, o ex-presidente Eduardo Frei, candidato da coligação denominada Concertación, à qual pertencia também a então presidente Michelle Bachelet. Em 2005, Bachelet derrotara Piñera também no segundo turno.
Sebastián Piñera é um dos homens mais ricos do Chile, proprietário da Chilevisión, canal de tevê, tem 26% da companhia aérea Lan Chile, é grande acionista da empresa brasileira ABSA, de equipamentos e logística de aviação com sede em Campinas (SP) e é também proprietário do clube de futebol Colo Colo, o mais popular de seu país. Pertence ao partido Renovación Nacional, e foi senador de 1990 a 1998. O mandato presidencial no Chile dura cinco anos, e a redemocratização deu-se no fim da década de 80, com a convocação de eleições diretas pelo ex-ditador Augusto Pinochet.

Cezar Motta / Agência Senado

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