quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sarney recebe presidente do Parlamento da Noruega

Dag Terje Andersen diz a Sarney que seu país reconhece o Brasil como um dos atores mais importantes no tabuleiro internacional

O presidente do parlamento norueguês, Dag Terje Andersen, que visitou o Senado hoje e fez questão de destacar que o seu país "reconhece o Brasil como um dos atores mais importantes no tabuleiro internacional". Andersen veio acompanhado de comitiva de parlamentares e de Egil Olli, que é o presidente do Parlamento do Povo Sami, etnia indígena que lá tem seu próprio parlamento. Os noruegueses foram recebidos pelo presidente Sarney que enfatizou o antigo e bom relacionamento comercial do Brasil com o país dos visitantes, para prever: "E esperamos mais. Na área de exploração de petróleo em águas profundas podemos ter grande cooperação, com a participação de empresas norueguesas, que têm experiência pioneira", lembrou, emendando: "com as descobertas do pré-sal nas costas brasileiras temos um campo a mais de aproximação entre nossas nações". A rapidez com que o Brasil saiu da crise econômico-financeira mundial foi tema da conversa entre Sarney e Andersen. Otimista, Sarney prognosticou que, neste ano, o país "crescerá em torno de 6%". Na mesma linha, fez elogios à conduta da Noruega frente à crise, que foi pouco atingida "graças a vacina que vocês criaram com o Fundo Soberano, bancado com recursos do petróleo e que serviram como um colchão, uma defesa anticíclica contra a crise". Ele também sugeriu que a experiência bem sucedida do país nórdico – a criação de um fundo a partir dos rendimentos do petróleo – pode ser estudada aqui no Brasil.Andersen concordou com Sarney e falou sobre a necessidade de entendimentos multilaterais capazes de evitar futuras crises: "novos acordos internacionais com definições de regras claras serão oportunos", disse enfatizando: "o Brasil desempenha papel fundamental nesses acordos". O presidente do Senado agradeceu aos parlamentares noruegueses a generosidade de ter sido seu país o primeiro a investir no Fundo da Amazônia. Descontraído, Sarney disse que herdamos dos portugueses o uso do bacalhau em nossa culinária. "Inclusive, hoje somos os maiores compradores do bacalhau norueguês. Mas, além do bacalhau temos uma pauta vigente e significativa de negócios com a Noruega, que deve ser ainda incrementada", insistiu.


Cumprimento de metas gera US$ 1 bi

Em 2008, Brasil e Noruega acordaram uma parceria com características inéditas na relação bilateral. A Noruega se comprometeu a investir US$ 1 bilhão no Fundo Amazônia, até 2015. Gerido pelo BNDES, o Fundo tem como propósito financiar ações de monitoramento e combate ao desmatamento na região. Como contrapartida à doação, o governo brasileiro deverá demonstrar a redução do desmatamento. No ano passado, quando esteve na capital da Noruega, Oslo, para receber o prêmio Nobel da Paz, o presidente americano Barak Obama, mencionou e elogiou o modelo de parceria ambiental entre a Noruega e o Brasil. "É provavelmente a maneira mais eficiente em termos de custos para lidar com as mudanças climáticas e garantir que façamos progressos para evitar o desmatamento da Amazônia", disse. A parceria é considerada um dos modelos de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação - REDD -, sigla inglesa sobre acordos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para reduzir emissões geradas por desmatamento e degradação florestal.

Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado

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