sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Presidência do Senado


Diante da recusa de Sarney, Lula pede que PMDB apoie Tião Viana

Em jantar com caciques do PMDB, Lula defendeu explicitamente o nome de Tião Viana (PT-AC) para a presidência do Senado no biênio 2009-2010. Deu-se na noite de quarta (8), no Palácio da Alvorada. Um dia em que a bancada peemedebista ungira, à tarde, o nome de Michel Temer (PMDB-SP) para a sucessão na Câmara. Lula elogiou a escolha de Temer. E disse que não seria uma “boa política” o PMDB reivindicar também o comando do Senado. A menos, disse ele, que José Sarney (PMDB-AC) se dispusesse a concorrer. Presente, Sarney desconversou: “Isso é tarefa para gente mais jovem”.
Neste caso, emendou Lula, o melhor seria o PMDB concentrar-se na eleição de Temer na Câmara e abrir caminho para Tião Viana no Senado. Além de Sarney, representavam o PMDB do Senado no repasto do Alvorada Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros (AL). Nenhum deles se opôs ao nome de Tião. Sarney e Jucá chegaram mesmo a elogiar o colega petista. Eles esmiuçaram a Lula a estratégia que planejam adotar. Desejam negociar com a oposição, em termos institucionais, o rateio dos cargos da Mesa diretora do Senado, respeitada a proporcionalidade das bancadas. Só depois evoluiriam para a definição dos nomes. E o de Tião Viana iria ao primeiro lugar na fila de alternativas para o posto de presidente. Teria de ser ungido por indicação de todo o consórcio governista, não apenas da bancada do PT. Foi a primeira vez que o PMDB admitiu abrir mão da presidência do Senado. Até então, o partido vinha alegando que, como dono da maior bancada, teria a primazia na indicação do comandante da Casa. O gesto prenuncia a superação de um problema que envenenava as relações internas do PMDB: a divisão entre as bancadas do partido na Câmara e no Senado. Lula celebrou a atmosfera de “unidade”. Disse que assim, unido, o PMDB fica mais forte e se consolida como parceiro prefencial para o projeto da sucessão de 2010. Um projeto que estava representado na mesa do Alvorada por uma Dilma Rousseff risonha e solícita. Bem mais solta do que os colegas Tarso Genro e José Múcio, também presentes. Lula lembrou que os 14 partidos que compõem a sua base congressual beliscaram nas urnas de domingo (5) cerca de 70% das prefeituras em disputa. Basta agora, disse ele, zelar para que essas legendas se mantenham juntas até 2010. Para evitar ruídos, o presidente disse que só fará campanha no segundo turna na São Paulo de Marta Suplicy (PT) e nos municípios do ABC paulista. Quanto aos ministros, estarão liberados para pedir votos apenas nos Estados onde têm militância política. Algo que os deputados Michel Temer e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) consideraram sensato. O PMDB mede forças com candidatos governistas em municípios estratégicos. Entre eles Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. E acham que não seria razoável que autoridades de Brasília se metessem nessas disputas.

Do "Blog do Josias de Souza, do uol

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