Sarney homenageia Machado de Assis - "um dos grandes escritores do mundo"
O senador José Sarney (PMDB-AP), em discurso nesta segunda-feira (1º), homenageou o escritor Machado de Assis, pela passagem dos cem anos de sua morte, transcorrida no último mês de novembro.
- Se fizermos uma história mundial da literatura e escolhermos os grandes escritores do mundo inteiro, certamente, aí estará incluído Machado de Assis. A sua obra é realmente notável - declarou.
O senador disse estar resgatando um dever, já que estava ausente na sessão plenária que celebrou o escritor, quando deveria estar presente à tribuna, por "pertencer à casa que Machado fundou e da qual foi o consolidador [a Academia Brasileira de Letras]".
Sarney fez um resumo da biografia de Machado de Assis, desde o emprego de caixeiro viajante, passando pelo de tipógrafo, que o levou à imprensa e à vida literária, com suas colaborações aos jornais que lhe imprimiram seu estilo sucinto. O parlamentar lembrou crônica de Machado publicada, em 1860, sobre o Velho Senado do Império, vitalício, a "quem muitos devem a consolidação do país" e que foi retratado por suas palavras, pois era jornalista.
Machado era precioso nos detalhes, afirmou Sarney, e por meio de seu texto é possível reconstituir e ver como era a sessão do Senado, o retrato de cada um dos parlamentares, com "pinceladas que nos dão, mais do que se víssemos o retrato, a visão psicológica de cada um". Machado, disse ainda Sarney, era reservado em suas opiniões políticas, embora defendesse o liberalismo, e chegou a candidatar-se por um distrito de Minas Gerais, mas retirou a candidatura.
O escritor, lembrou Sarney, acompanhava as idéias mais avançadas da época, como a da abolição da pena de morte e o sufrágio universal: "Não é tempo de iniciar, francamente, a idéia da eleição direta e não censitária, porque seria injusta e odiosa, de maneira a tornar efetiva a soberania popular?", citou-o. O senador revelou também que o escritor era a favor da eleição direta: "Não é este um grande dever e uma bela ação de um partido liberal sincero e convencido?", dizia Machado.
Sarney também lembrou as dificuldades enfrentadas por Machado de Assis devido a seus problemas de saúde. Disse que, na época de seu casamento, a epilepsia ainda estava sob controle diante do público, mas com o tempo, ela se acentuou e ele tornou-se gago. Seu primeiro problema grave foi a doença ocular, que, em 1878, o afastou do trabalho e fez, durante algum tempo, de Carolina, sua esposa, sua leitora e secretária. Nas crises de saúde, ele se refugiava em Petrópolis (RJ) e escrevia obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, "desde logo saudado como uma obra-prima e até hoje lido, relido, citado, estudado em todas as universidades".
- Machado deixa o grande papel de sua obra, nesse Brasil em que nos reconhecemos como personagens da Humanidade, independente do tempo e do espaço, o final do século 19 e a pequena cidade do Rio de Janeiro. E essa obra se estende em vôo alto acima do resto da literatura brasileira - declarou o senador.
Agência Senado
Leia o pronunciamento na íntegra, clicando aqui
O senador José Sarney (PMDB-AP), em discurso nesta segunda-feira (1º), homenageou o escritor Machado de Assis, pela passagem dos cem anos de sua morte, transcorrida no último mês de novembro.
- Se fizermos uma história mundial da literatura e escolhermos os grandes escritores do mundo inteiro, certamente, aí estará incluído Machado de Assis. A sua obra é realmente notável - declarou.
O senador disse estar resgatando um dever, já que estava ausente na sessão plenária que celebrou o escritor, quando deveria estar presente à tribuna, por "pertencer à casa que Machado fundou e da qual foi o consolidador [a Academia Brasileira de Letras]".
Sarney fez um resumo da biografia de Machado de Assis, desde o emprego de caixeiro viajante, passando pelo de tipógrafo, que o levou à imprensa e à vida literária, com suas colaborações aos jornais que lhe imprimiram seu estilo sucinto. O parlamentar lembrou crônica de Machado publicada, em 1860, sobre o Velho Senado do Império, vitalício, a "quem muitos devem a consolidação do país" e que foi retratado por suas palavras, pois era jornalista.
Machado era precioso nos detalhes, afirmou Sarney, e por meio de seu texto é possível reconstituir e ver como era a sessão do Senado, o retrato de cada um dos parlamentares, com "pinceladas que nos dão, mais do que se víssemos o retrato, a visão psicológica de cada um". Machado, disse ainda Sarney, era reservado em suas opiniões políticas, embora defendesse o liberalismo, e chegou a candidatar-se por um distrito de Minas Gerais, mas retirou a candidatura.
O escritor, lembrou Sarney, acompanhava as idéias mais avançadas da época, como a da abolição da pena de morte e o sufrágio universal: "Não é tempo de iniciar, francamente, a idéia da eleição direta e não censitária, porque seria injusta e odiosa, de maneira a tornar efetiva a soberania popular?", citou-o. O senador revelou também que o escritor era a favor da eleição direta: "Não é este um grande dever e uma bela ação de um partido liberal sincero e convencido?", dizia Machado.
Sarney também lembrou as dificuldades enfrentadas por Machado de Assis devido a seus problemas de saúde. Disse que, na época de seu casamento, a epilepsia ainda estava sob controle diante do público, mas com o tempo, ela se acentuou e ele tornou-se gago. Seu primeiro problema grave foi a doença ocular, que, em 1878, o afastou do trabalho e fez, durante algum tempo, de Carolina, sua esposa, sua leitora e secretária. Nas crises de saúde, ele se refugiava em Petrópolis (RJ) e escrevia obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, "desde logo saudado como uma obra-prima e até hoje lido, relido, citado, estudado em todas as universidades".
- Machado deixa o grande papel de sua obra, nesse Brasil em que nos reconhecemos como personagens da Humanidade, independente do tempo e do espaço, o final do século 19 e a pequena cidade do Rio de Janeiro. E essa obra se estende em vôo alto acima do resto da literatura brasileira - declarou o senador.
Agência Senado
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